Agilidade e velocidade para capturar os espaços – 2ª Parte

O que a indústria de bebidas deve fazer para retomar o crescimento? Você consegue imaginar como será seu cliente no futuro?

Perguntamos às indústrias quais os principais pontos de reação e como se conectar aos clientes na fase de retomada. Acompanhe as opiniões e insights desses executivos.

Acredito que os hábitos de consumo vão mudar muito. Isso vai exigir criatividade para compreender
as necessidades dos consumidores
e como vamos capturar
as boas oportunidades

Alexandre Biagi, CEO • Uberlândia Refrescos

Para reagir positivamente nessa retomada devemos oferecer aos nossos clientes novas formas de atendimento, e para nossos consumidores produtos que estejam adequados às suas necessidades.

Teremos que nos acostumar com o novo normal. Acredito que os hábitos de consumo vão mudar muito. Isso vai exigir criatividade para compreender as necessidades dos consumidores e como vamos capturar as boas oportunidades.

As empresas que crescerão serão aquelas que estimularem o consumo interno da família e hábitos ao ar livre, com atividades voltadas para a natureza e convivência com amigos

Aline Telles Chaves, Vice presidente de operações • Grupo Telles/Naturágua

Na minha opinião, as empresas que crescerão serão aquelas que estimularem o consumo interno da família e hábitos ao ar livre, com atividades voltadas para a natureza e convivência com amigos. Portanto, aquelas que venderem e garantirem uma entrega eficiente na casa do consumidor avançarão sobre as demais. O medo de voltar a frequentar locais de consumo de massa e pessoas desconhecidas, por um tempo, ainda influenciará os comportamentos.

Estamos tentando ficar junto com nossos clientes através de uma rede social robusta, oferecendo dicas, notícias e informações de saúde para suas famílias, estamos com aplicativos para o consumidor final e para os clientes de nossa carteira que o atende 7 dias por semana, 24 horas por dia. E ainda com um site interativo que permite compras de produtos via e-commerce e programas de fidelidade.

 

O confinamento trará outros
perfis de consumo, através
de uma espécie de tendência
à manutenção da rotina adquirida durante o isolamento. Isso pode significar o consumo de uma menor diversidade de produtos, ou o reforço de hábitos mais saudáveis

Fausto Padrão, Gerente de Engenharia • Coca-Cola Andina Brasil

A expansão da Indústria de bebidas ocorre em função do crescimento da demanda, seja por antigos produtos, seja por novidades no mercado. Em um passado recente, muito deste crescimento veio com o aumento da quantidade de festas, shows e eventos comemorativos, resultado de uma sociedade economicamente saudável e muito conectada, o que gerou interessantes incrementos de demanda. Nos tempos pós-pandemia a intensidade destes eventos ainda é incerta, e isso certamente será um balizador do retorno aos volumes tradicionais. Em outras palavras, para definir novas estratégias de crescimento, devemos primeiro entender de que maneira a sociedade vai emergir desta crise, o que por enquanto ainda é uma grande dúvida.

Veremos mudanças expressivas em toda a sociedade, no comportamento e hábitos de consumo. No mercado de bebidas, acredito que o confinamento trará outros perfis de consumo, através de uma espécie de tendência à manutenção da rotina adquirida durante o isolamento. Isso pode significar o consumo de uma menor diversidade de produtos, ou o reforço de hábitos mais saudáveis e consequente preferência por bebidas desta categoria.

Acredito que os clientes serão os mesmos dentro da categoria de produto atual, porém farão
a compra e o consumo
de formas diferentes

Aloisio Xerfan
CEO • Blondine Bebidas Artesanais

A Indústria de bebidas deve apostar em novas formas de venda e consumo e, principalmente, novas categorias de produtos que “casem” com o momento dos consumidores.

Acredito que os clientes serão os mesmos dentro da categoria de produto atual, porém farão a compra e o consumo de formas diferentes. A Blondine aposta também em buscar novos clientes em categorias de bebidas diversas.

Este é o momento de usar todas as plataformas digitais e difundir a importância de se consumir os rótulos brasileiros, que possuem qualidade indiscutível e são reconhecidos e premiados mundialmente

Hermínio Ficagna, Diretor Superintendente • Vinícola Aurora

Acima de tudo, entender o novo comportamento do consumidor. Estar atento aos movimentos e ser rápido no desenvolvimento de ações e propostas que atendam essas necessidades. Este é o momento de usar todas as plataformas digitais e difundir a importância de consumir os rótulos brasileiros, que possuem qualidade indiscutível e são reconhecidos e premiados mundialmente. Precisamos levar mais informações sobre os produtos, pois este momento é importantíssimo para incentivar, priorizar e valorizar as marcas brasileiras. Também acreditamos na importância social, ou seja, precisamos trabalhar forte o papel das indústrias como agente transformador.

Precisamos olhar o mercado como um todo. Nosso foco tem que estar direcionado para a sociedade, ou seja, para todos os nichos de mercado. O grande diferencial será a empresa que ao longo dos anos conseguiu construir uma relação profissional e sólida com os clientes. Pois mesmo com essa mudança de comportamento do consumidor e usando as plataformas digitais para comprar, o relacionamento e afinidade com os clientes são a chave do sucesso.

Essa situação reformulou as prioridades dos produtores e fornecedores, suas necessidades e projetos. Estou certo de que esta situação nos tornou muito criativos, reativos e ainda mais adaptáveis
à mudança

 

Denis Malterre, VP Sales South America • Sidel

O desafio causado por essa pandemia já está transformando o setor. A situação que estamos atravessando reformulou as prioridades dos produtores e fornecedores, suas necessidades e projetos. Estou certo de que esta situação nos tornou muito criativos, reativos e ainda mais adaptáveis à mudança.

O comércio eletrônico é uma realidade e agora está sendo explorado mais do que nunca. Produtores e fornecedores precisam ser, “sim ou sim”, adaptados a essa nova realidade. Aquele que não se adaptar ou evoluir, infelizmente, terá dificuldades para permanecer forte e sobreviver.

Estamos muito próximos dos nossos clientes, buscando entender quais são suas principais necessidades. Este é o momento de ouvir, estar atentos e dispostos a mudar

Aline Eggers Bagatini, CEO • Bebidas Fruki

Estamos num momento de reavaliar o planejamento e estudar as mudanças necessárias, analisando as novas tendências de consumo.

Sabemos que o cliente irá encarar a vida de uma forma diferente, principalmente em relação a tecnologias e novos formatos de trabalho. Estamos muito próximos dos nossos clientes, buscando entender quais são suas principais necessidades. Este é o momento de ouvir, estar atentos e dispostos a mudar.

Vamos buscar melhorias na logística para certificar que as entregas cheguem na sua melhor forma até os distribuidores ou PDVs
para reduzir as possíveis
alterações de qualidade

Gustavo Assoni, Gerente Industrial • Cervejaria Ravache e Bebidas Convenção

A empresa está fortalecendo ainda mais o relacionamento com os clientes, por meio de entregas rápidas, prazo de pagamento e ações para acelerar o giro. Além disso, buscamos melhorias na logística para certificar que as entregas (principalmente das cervejas) cheguem na sua melhor forma até os distribuidores ou PDVs para reduzir as possíveis alterações de qualidade. Assim, entregaremos produtos cada vez melhores em frescor. Outra estratégia importante nesse retorno é o lançamento de produtos, produtos inovadores.

Apostamos na fidelização dos nossos clientes, sem deixar de lado, a prospecção de novos consumidores. Seguimos as tendências de mercado e escutamos muito nossos clientes, parceiros e distribuidores. O cliente é nosso maior bem, ele manda nas nossas decisões internas e tendências que devemos seguir.

A indústria de bebidas sempre teve rápida reação nos pós crises.
A capacidade de inovar
e de se reinventar é marca
registrada deste mercado

Roberto Giampietro, Diretor Geral • KHS

A indústria de bebidas sempre teve rápida reação nos pós crises. A capacidade de inovar e de se reinventar é marca registrada deste mercado, acredito que manter-se próximo aos clientes, mesmo em crise e com poucos negócios, é fator fundamental para estar preparado quando tivermos tempos melhores.

Os hábitos dos consumidores já estavam mudando bem antes da COVID19, preferência por bebidas saudáveis, redução da utilização de embalagens plásticas e aumento do consumo de volumes de garrafas individuais eram algumas das tendências que desafiavam nossos clientes, acho que a mudança cultural que essa crise está provocando vai intensificar ainda mais essas tendências.

Uma vez que seja considerado seguro, devemos estimular o consumo fora de casa.
Promover experiências que envolvam o retorno do convívio
social, a alegria, felicidade

Gustavo Barreira, CEO • CBCA Cervejaria

Uma vez que seja considerado seguro, devemos estimular o consumo fora de casa. Promover experiências que envolvam o retorno do convívio social, a alegria, felicidade. Esse é o grande diferencial do nosso setor. Não acho que guerra de preço é o que vai fazer a diferença. Investimentos em canais digitais também estão sendo priorizados.

O propósito da CBCA é unir o Brasil pela boa cerveja. Precisamos antecipar movimentos e hábitos de consumo. Isso envolve um trabalho complexo de ajuste de arquitetura de portfólio, pricing, canais, construção de marca, estrutura enxuta de custos. Um passo importante que demos foi a aquisição da Distribuidora Fábrica 75, de São Paulo (capital), onde um dos pilares da decisão, foi aproximar a CBCA do cliente final e trazer dados de campo para alimentar nosso plano estratégico.

A retomada vai depender de uma “Forte” participação do Governo Federal irrigando a economia com um plano de apoio à Indústria e incentivando o consumo

Francisco Magalhães da Rocha
Presidente • Refrigerantes Psiu

A retomada vai depender de uma “Forte” participação do Governo Federal irrigando a economia com um plano de apoio à Indústria e incentivando o consumo.

No entanto, a indústria de bebidas terá um papel de inovar a produção e lançar produtos mais saudáveis para os consumidores.

Acredito que o cliente no futuro estará em busca de produtos mais saudáveis. A comunicação dos benefícios dos produtos será muito baseada nas redes sociais. Esta mudança já é percebida pela força de canais de vendas digitais.

Os desafios atuais são diversos e de proporções ainda não calculadas, mas em nosso ponto de vista, um dos principais está relacionado à forma de interação entre cliente e fornecedor

Gustavo Acioli, International Sales Manager Brazil • Ziemann Holvrieka

Os desafios trazidos por essa pandemia são diversos e de proporções ainda não calculadas, mas em nosso ponto de vista, um dos principais está relacionado à forma de interação entre cliente e fornecedor. Em nosso caso, para o desenvolvimento de novos projetos de adequação ou construção de novas fábricas, onde fornecedores e clientes precisarão fazer um planejamento mais otimizado para as reuniões presenciais, através de uma comunicação mais objetiva, visando ao máximo o esclarecimento das dúvidas e também rápidas tomadas de decisões.

A empresa estabeleceu um grupo corporativo de gestão para a pandemia, com foco principal na continuidade do negócio, da forma mais segura possível para seus colaboradores na matriz, nos escritórios ou nos projetos em fase de montagem ao redor do mundo, obedecendo as orientações dos governos locais, mantendo o contato frequente com nossos clientes e também internamente entre gestores e equipe, de maneira remota por telefone, por e-mail ou através de plataformas de vídeo conferências.

A indústria terá que decidir qual papel terá neste negócio: de continuar a vender bebidas ou ser um provedor de serviços ao consumidor final para diferentes ocasiões de consumo

 

Gino Di Domenico, Sócio Fundador • Doxa Partners

Para a retomada acredito em três frentes: Revisitar o sortimento de produtos buscando entender as melhores oportunidades de mix/canal/região para maximizar lucro no curto prazo e recuperar caixa; incrementar os investimentos de marketing para consumidores e trade marketing nos pontos de venda com ações de “Sell out” provocando lembrança de marca e convidando os consumidores a retomarem o controle de suas vidas e, por último, reforçar a estratégia de comunicação digital, bem como a venda por meios virtuais. A COVID acelerou este canal e o residual no “pós pandemia” será positivo.

Vejo o cliente do futuro como um “meio de serviço” ao consumidor final. A indústria terá que decidir qual papel terá neste negócio: de continuar a vender bebidas ou ser um provedor de serviços ao consumidor final para diferentes ocasiões de consumo.

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