Adequando a indústria a uma nova demanda de consumo – Eficiência – 3ª Parte

As mudanças de comportamento dos consumidores impostas pela crise e por uma demanda muito mais complexa, ora com batches menores e ora com batches maiores, impactam diretamente as linhas de produção, que terão que se adaptar a essa nova situação. Agilidade, flexibilidade e diversificação serão primordiais para atender os consumidores com qualidade e de acordo com cada ocasião de consumo.

Quais os desafios e implicações das alterações de consumo nas fábricas de bebidas?

Acompanhe as análises dos executivos da cadeia produtiva de bebidas e algumas alternativas a esses desafios pós-Covid.

O desafio é oferecer diversos
SKUS com a mesma eficiência e
qualidade de um sistema
que produz poucos produtos

Célio Miyagui Junior, Gerente de Tecnologia • Heineken Brasil

No ambiente pós Covid, temos de ter uma perfeita combinação entre linhas de alta e baixa velocidade. Precisamos ter também uma excelente organização e disciplina para atender a demanda de mercado. Isto só é possível com pessoas motivadas e sistemas de inteligência que nos permitam extrair o máximo de nossos ativos com agilidade e flexibilidade. Um ponto chave em todo este processo é garantir a qualidade para nossos consumidores.

O desafio é oferecer diversos SKUS com a mesma eficiência e qualidade de um sistema que produz poucos produtos. Qualidade e flexibilidade serão chaves daqui para frente.

O Supply chain tem que estar conectado de forma ágil com todas as demais áreas da companhia, de forma a atender e se adaptar rapidamente a um mercado cada vez mais volátil e exigente.

Para recuperar o crescimento,
a indústria terá que desenvolver programa que transfira para o chão de fábrica a autonomia daquelas decisões que são do chão de fábrica

José Rodolfo Nunes de Faria, Diretor • Delta Gestão Industrial

No caso da redução de volume, o desafio é conseguir diluir as despesas fixas para um volume menor, pois nunca elas reduzem proporcionalmente ao volume. A administração da produção tem que rever as estratégias de manutenção, revisar o regime de turmas de produção, renegociar tarifas dos insumos das utilidades e uma orientação muito forte para ganhar em eficiência nos indicadores que formam as despesas indiretas de fabricação. É preciso ser altamente eficiente para alcançar o menor “quick-change-over” nas trocas. Isso implica ter uma equipe altamente engajada com o método.

Para recuperar o crescimento, a indústria terá que desenvolver programa que transfira para o chão de fábrica a autonomia daquelas decisões que são do chão de fábrica. Os operadores devem ser capazes de se organizarem para promoverem a melhoria continua através dos métodos e da colaboração; ter um processo padronizado para todas as atividades críticas da fábrica; ter um planejamento de transformação para o longo prazo que contemple a flexibilização das operações, os ativos altamente eficientes nos consumos, reduzidos níveis de perdas de matéria prima e embalagem, e a digitalização mirando a Industria 4.0.

 

As indústrias deverão estar atentas ás tendências de consumo e
planejar a evolução e ou
aquisição de linhas flexíveis

Arthur Stringhini, Diretor • Zegla

As mudanças no padrão de consumo estão exigindo que as indústrias sejam flexíveis, o que demanda investimentos com a aquisição de acessórios e ou equipamentos para as linhas de envase.

As indústrias deverão estar atentas às tendências de consumo e planejar a evolução e ou aquisição de linhas flexíveis.

 

Essa pandemia está transformando o setor. Ela reformulou
as prioridades dos produtores
e fornecedores

Denis Malterre, VP Sales South America • Sidel

Se a demanda do produto aumenta e os produtores não conseguem se adaptar à demanda, é um problema. Se os produtores não possuem linhas flexíveis para permitir a passagem de um produto para outro ou para um tamanho ou produto diferente, isso também é um problema.

Os produtores de bebidas precisam de parceiros e fornecedores que possam ajudá-los a responder rapidamente à demanda, que possam fornecer assistência remota, independentemente do distanciamento social, que possam enviar pessoas ao local, se necessário, e que possam seguir garantindo a entrega de peças de reposição para manter suas linhas funcionando.

O desafio provocado por essa pandemia está transformando o setor. Ele reformulou as prioridades dos produtores e fornecedores, suas necessidades e projetos. Estou certo de que esta situação nos tornou muito criativos, reativos e ainda mais adaptáveis à mudança.

Com a aceleração na utilização das novas tecnologias, a busca pela maior eficiência deixa de ser um projeto a médio e longo prazos, e passa a ser um objetivo urgente, pois a falta de agilidade e altos custos produtivos nas indústrias
será cada vez mais penoso

Fausto Padrão, Gerente de Engenharia • Coca-Cola Andina Brasil

Sabemos que isolamento social e, em especial a quarentena, provocou a mudança de hábitos na população, e muitos desses permanecerão após o fim do auge da pandemia. Certamente, a agilidade e a flexibilidade das vendas online tiveram papel de destaque durante a crise, quando comprar nos estabelecimentos físicos de venda não era possível, e claramente, criaram experiências nos consumidores muito importantes, e que serão exigidas das empresas no futuro. Seguindo este raciocínio, criar canais de B2C será um diferencial para as indústrias, que hoje estão pouco familiarizadas com o conceito.

Por outro lado, me parece que a diversificação de produtos consumidos teve uma retração, perdendo importância quando comparadas com a compra online e agilidade na entrega. Mas uma menor diversificação não significa que o portfólio se manterá o mesmo, e identificar este novo perfil de demanda e adaptar as fábricas para produzi-los, e com a agilidade necessária, será o grande desafio da indústria de bebidas.

Nessa nova realidade, a necessidade de se obter melhores índices de eficiência com a organização, padronização e controle dos processos fabris será a mesma. A diferença é que com a aceleração na utilização das novas tecnologias, essa busca pela maior eficiência deixa de ser um projeto a médio e longo prazos, e passa a ser um objetivo urgente, pois a falta de agilidade e altos custos produtivos nas indústrias será cada vez mais penoso. Empresas e negócios menos digitalizados vão ser, em alguma medida, menos aceitos pelo público, o que os levará ao desaparecimento.

Daí nasce para as indústrias de bebidas a orientação para a digitalização de suas atividades, para a reengenharia dos processos fabris, para a análise através de inteligência artificial dos dados de produção. Em outras palavras, para o uso dos conceitos da indústria 4.0 no chão de fábrica. Esta será a nova realidade da sociedade e é a ela que deveremos nos ajustar.

O exemplo clássico para o que estamos passando é o da troca de pneus na Fórmula 1, as empresas terão que se adaptar para a realização rápida e eficiente
de troca de formatos nas linhas
e isso exige treinamento

Luis Pino, Gerente de Treinamento Técnico e Service • KHS

O exemplo clássico para o que estamos passando é o da troca de pneus na Fórmula 1, as empresas terão que se adaptar para a realização rápida e eficiente de troca de formatos nas linhas e isso exige treinamento, treinamento e treinamento, além de uma boa e extensa dose de planejamento. As fábricas de bebidas que seguirão crescendo não serão as maiores e nem as mais fortes, serão as mais adaptáveis, as que conseguirem se adequar mais rapidamente a esse novo padrão de consumo com mais apelo saudável, menos açúcar e mais customizáveis, além de manter produtos para as classes C e D com esses requisitos porém com maior demanda.

Os desafios estão em continuar a produzir com o mesmo custo
(ou algo muito próximo) os volumes que hoje são bem menores

Jeferson Stamborowski, Gerente de Desenvolvimento F&B • Sartorius do Brasil

Os desafios estão em continuar a produzir com o mesmo custo (ou algo muito próximo) os volumes que hoje são bem menores, manter o nível de empregados em número e também em motivação e se adaptar às novas necessidades impostas pelo mercado.

O mercado exige soluções customizadas, inovação
constante e experimentação

Homero Guercia, CEO • Guercia & Guercia Consultoria

Para acompanhar essa diferenciação de demanda, as indústrias terão que investir em inovação, digitalização e capacitação de pessoas. O mercado exige soluções customizadas, inovação constante e experimentação.

 

 

 

 

 

 

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