Governo vai na contramão e pretende aumentar ICMS da cerveja

icms cervejaNovo aumento de impostos sobre bebidas deve reduzir ainda mais o consumo, fechar estabelecimentos e cortar postos de trabalho em São Paulo

O país vive uma das piores crises da história causada, principalmente, pela ineficiência e corrupção dos Governos que nada fazem para ajudar no desenvolvimento e crescimento da indústria, comécio e serviços. E, quando, achamos que a coisa está ruim,vemos que pode piorar. O governo do Estado de São Paulo quer aumentar impostos em um momento como este. Realmente, é muito mais fácil aumentar impostos do que reduzir gastos desnecessários com a máquina pública ou promover políticas de apoio às empresas e empreendedores, principalmente os pequenos que são responsáveis pela maior parte da mão de obra gerada no país.

O aumento de 18% para 25% do ICMS sobre cerveja proposto pelo governo estadual de São Paulo é a maior alta da história do Estado e irá agravar o alarmante cenário que o setor de bares e restaurantes enfrenta no momento. Diante da crise econômica atual, um em cada quatro estabelecimentos já fecha o mês com prejuízo, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “Esse aumento de impostos pode resultar na demissão de 450 mil pessoas. Não temos mais como absorver tanto imposto e aumento de custos”, declara Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel. A indústria, com certeza, repassará o aumento para os preços da cerveja o que, fatalmente, provocará queda ainda maior no consumo, que no caso da cerveja já vem acontecendo em praticamente todos os meses de 2015.

A Abrasel prevê que a alta do imposto pode ocasionar o fechamento de 85 mil estabelecimentos no Estado de São Paulo. O setor de bares e restaurantes emprega 1,8 milhão de pessoas no Estado e a venda de bebidas representa até dois terços do faturamento desses estabelecimentos. Com o aumento da alíquota do ICMS da cerveja, o preço final ao consumidor deve subir, afugentando ainda mais os clientes. A lógica é simples: diante da elevação de impostos, o preço dos produtos também cresce, as vendas caem, o varejo vende menos e, consequentemente, cai a margem de lucro, aumenta o prejuízo e sobe o número de demissões.

“Estimamos que para cada 1% de aumento no preço, teremos uma redução de 1,5% no volume de venda de cerveja”, afirma Solmucci. Ou seja, a arrecadação não será a esperada pelo governo, pois deverá haver uma retração de cerca de 30% no volume. “É impressionante como não se percebe que o aumento de imposto vai acelerar o fechamento de estabelecimentos e levar milhares de chefes de famílias para o desemprego. O que é ainda mais grave em um momento de crise como o atual, quando o governo deveria pensar em como manter postos de trabalho”, completa Solmucci.

“O aumento do ICMS em São Paulo vai sufocar ainda mais os empreendedores do nosso setor. Muitos dos donos de bares acreditam que fechar as portas é só uma questão de tempo. E, infelizmente, se esse aumento for aprovado, isso acontecerá muito em breve”, lamenta Percival Maricato, presidente da Abrasel São Paulo.

Hoje, o Estado de São Paulo possui mais de 350 mil bares e restaurantes. “Apesar de toda essa representatividade socioeconômica, nosso setor parece invisível aos olhos do poder público. Se esse aumento de ICMS for aprovado, a conta será paga com desemprego e fechamento de pequenos e médios negócios”, enfatiza Solmucci.

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