Estresse também engorda

estresse

Especialista do Hospital Albert Einstein falou sobre meditação
e religiosidade em seminário sobre longevidade

Entre fatores já conhecidos, como falta de exercícios físicos e alimentação desiquilibrada, Fabio Nasri, médico geriatra e coordenador do programa de geriatria do Hospital Albert Einstein, apontou o cortisol – o hormônio do estresse – como um dos responsáveis pelo acúmulo de gordura no organismo. “Cortisol retém calorias. E somos feitos para poupar calorias. Nos dias de hoje, sem nenhuma atividade para gastar gorduras, vamos com certeza engordar”, afirmou durante o Seminário Lide Saúde, realizado em outubro, em São Paulo.

Segundo o médico endocrinologista, qualidade de vida está associada não só a hábitos saudáveis, mas também ao comportamento. Sem dar detalhes sobre dietas, exercícios e check-up, já muito divulgados pela mídia, Nasri falou sobre marcadores biológicos, como por exemplo os “telômeros”, que agem como contadores intrínsecos da divisão célula, protegendo o organismo contra divisões fora de controle, que podem gerar o envelhecimento, má formação de células e até o câncer, por exemplo. Esta é uma das bases dos estudos do médico no Instituto de Psicanálise da USP. “Para diminuir a velocidade da redução desses telômeros, há algumas medidas, como redução da ingestão calórica, ingestão de vitamina D, atividade física e redução do estresse”, recomendou.

velhice

“É preciso ressignificar o estresse para que ele não deixe marcas permanentes”, explicou Nasri. Ele sugere a meditação como uma das formas de diminuir as irritações do dia a dia. Trabalhar a mente pode fazer envelhecer diferente. Meditar fez com que a atividade da telomerase aumente. “Não precisa ser uma meditação profunda, basta apenas pensar mais na vida e em maneiras positivas de encarar problemas”, explicou.

Para Nasri, a medicina busca agora um marcador para o envelhecimento, ou seja, o que faz uma pessoa envelhecer melhor que a outra. Com isso, médicos têm ampliado os estudos sobre o comportamento para identificar diferenças que trabalham para a diminuição dos telômeros, acelerando o envelhecimento. “São fatores externos atuando no genoma, levando à obesidade, envelhecimento e ao câncer. Por isso é preciso prestar atenção em detalhes, não só no que comer, mas quando e como comer, por exemplo”.

estresse 2Ciência e religião

Alimentação saudável, atividade física, genética, meditação, comportamento e religiosidade/espiritualidade foram os pontos apresentados por Fábio Nasri para a conquista do envelhecimento bem-sucedido. Ele apresentou pesquisas que mostram que idosos cujas crenças pessoais davam maior significado a suas vidas tinham até dez vezes mais chances de envelhecer bem. “O envelhecimento bem-sucedido é aquele em que a pessoa é independente, lúcida e que busca o lado positivo ou o aprendizado, mesmo doente”, explicou.

“Não basta apenas fazer dieta ou atividade física, são atitudes que fazem você rejuvenescer”, afirmou Nasri. Ele citou como exemplo a filantropia, pois doar sem esperar nada em troca também é um exercício que ajuda a manter os telômeros saudáveis. “Somos um ser com corpo, mente, espírito e emoção. Por acharmos que somos uma mente que tem um corpo, esquecemo-nos do resto” alerta.

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