Web Summit Rio foi um evento rico em interações com o ecossistema de inovação mundial, além de explorar tendências e soluções tecnológicas
Por Alaercio Nicoletti
O Rio de Janeiro foi palco de um dos maiores eventos de tecnologia e inovação no mundo, o Web Summit. Realizado pela primeira vez fora da Europa, o evento compartilhou conteúdo atual e tendências, além de reunir milhares de participantes do ecossistema de inovação. Estavam presentes comitivas internacionais, representantes de empresas de todos os portes, Universidades, institutos de ciência e tecnologia, investidores, aceleradoras, startups entre outros.
Quanto aos temas discutidos, foram os mais variados dentro do propósito do evento, com destaque para a inteligência artificial (IA), que de uma forma geral permeou praticamente todos os fóruns. A diversidade e a sustentabilidade também foram protagonistas do evento, sendo assuntos obrigatórios em quaisquer discussões que envolvam tecnologia ou não.
É certo, não só pelo Web Summit, que a IA passou a ser o assunto do dia, proporcionando novas perspectivas e, ao mesmo tempo, uma necessidade de experimentação e atualização dos profissionais e empresas. Na verdade, ela já faz parte do dia a dia das pessoas e ainda constitui uma oportunidade face ao seu potencial quase que ilimitado de aplicações, que gera oportunidades e oportunismos. Por isso a preocupação com sua regulação e com sua utilização com ética e responsabilidade.
Numa das palestras mais intrigantes, na minha análise, o público presenciou em 20 minutos a construção de um aplicativo com interação da IA. O nosso interlocutor, CEO de um hub de inovação, criou uma lógica de um pontinho que se locomovia na tela e, digitando no software de inteligência os movimentos e funcionalidades que queria, simplesmente copiava o código que já vinha pronto para ser inserido na sequência das linhas da programação. No final o programa funcionou, mas, sobretudo, mostrou o quanto essas ferramentas podem transformar nossas vidas de forma simples e objetiva, extrapolando sua aplicação para aplicações funcionais nas organizações.
O público lotou as arenas participando
com atenção e entusiasmo de pitches e palestras
O mundo das startups estava representado por centenas delas, com as mais diversas soluções, embora a maioria com abordagens repetitivas e usando a mesma lógica de modelo de negócio. Vale evidenciar as fintechs, que pareciam em maior número que as demais, além das healthtechs, edtechs, agritechs e outras techs, que proporcionaram aos participantes, sobretudo da indústria, oportunidades de interação e insights interessantes. Havia também um espaço onde as startups podiam interagir com investidores e potenciais mentores, o que certamente agregou valor às empresas em fase inicial de crescimento.
Contudo, o ápice do evento, no meu entendimento e de muitos colegas com os quais interagi, não estava nos diversos palcos espalhados pelos pavilhões do Riocentro, nem nos stands diversificados que envolviam desde a representação de países até as startups já citadas. O Web Summit foi muito feliz ao despertar o interesse e reunir as pessoas certas do ecossistema de tecnologia e inovação, proporcionando um festival de reencontros com profissionais da área, pitchs inesperados por abordagens casuais nos locais de almoço ou descanso, criação de novos contatos com empresas (startups ou não) e sobretudo pessoas interessantes para relações profissionais futuras.
O Web Summit reuniu as pessoas certas do ecossistema
de tecnologia e inovação, proporcionando um festival
de reencontros com profissionais da área, pitchs
inesperados e criação de novos contatos
Num evento em que as apresentações foram todas feitas em inglês, tive até a oportunidade de recordar e praticar o francês com o CEO de uma startup que trabalha com NFT (token não fungível – traduzido), que me indicou uma empresa australiana que aparentemente já desenvolveu uma solução para o problema que eu buscava resolver.
Reservem a agenda para 15 a 18 de abril de 2024, o próximo Web Summit Rio já está agendado e ouso dizer ser imperdível para quem quer, além de estar atualizado com as tendências de desenvolvimento e de mercado, encontrar muita gente interessante que participa da importante agenda de tecnologia e inovação. Na pior das hipóteses, é um investimento e um exercício de ambidestria organizacional, ninguém pode perder. Nos encontramos lá!
Alaercio Nicoletti
Gerente da Sustentabilidade do Grupo Petrópolis e professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie
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