Escassez de produtos, altos índices de inflação e perda do poder de compra reduzem em 55% o consumo dos venezuelanos
Estudo realizado pela Kantar Worldpanel concluiu que o consumo das famílias venezuelanas foi reduzido em 55%. A queda ocorre há sete anos seguidos: começou em 2009, com declínio de 3%, e atingiu seu ponto mais crítico entre 2013 e 2015, quanto alcançou os 23%. De acordo com Vinicius da Silva, CEO da Kantar Worldpanel Venezuela, a escassez de produtos combinada com a alta da inflação resultou em menos compras. Foram ouvidas 2.300 donas de casa das regiões de Caracas, Valencia, Maracaibo e Puerto La Cruz.
Os números são alarmantes. Os venezuelanos antes compravam em média 280 vezes por ano e agora vão aos pontos de venda 100 vezes menos. Em 2012, o gasto médio era de 56 bolívares, no ano passado a despesa média atingiu 1.360 bolívares.
A falta de produtos também é uma constante e é por causa dela que as filas se formam nos supermercados. “Aparece um novo jogador, o canal informal, que garante a entrega do produto a preços superiores. Também vemos trocas entre amigos ou venda em casas de famílias e vizinhos”, explica Vinicius da Silva. A relevância do canal informal é demonstrada pelo fato de que entre 2011 e 2015 ele ocupava em média 3% do mercado. Em 2016, chegou a 10%.
As pessoas que revendem os produtos da cesta básica por até dez vezes a mais que os valores reais são conhecidas como “bachaqueros”. Essa figura ganhou força em meados de 2015. Hoje em dia, 80% das famílias compram neste tipo de canal. “O bachaquero se aproveita da situação de escassez. Muitas mães pagam até oito vezes o preço das fraldas para que possam adquiri-las”, completou o executivo.
As pessoas compram o que podem
Ter cada vez menos para comprar faz com que as pessoas priorizem. É por essa razão que se consome cada vez menos perfumes e maquiagens. A falta de açúcar, por exemplo, gerou um leve aumento no consumo de produtos light e diet.
Para ter acesso ao estudo completo, acesse http://www.kantarworldpanel.com/la/Noticias/Venezuela-Un-paso-atrs-para-la-industria-de-FMCG.