O governador Geraldo Alckmin, acompanhado do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, inaugurou na sexta-feira, 5 de fevereiro, a Unidade de Beneficiamento de Café construída pelos produtores rurais filiados à Associação dos Produtores de Café Natural do Bairro do Paraíso do Alto (Cafenato), do município de Torrinha, região de Jaú. O projeto, avaliado em mais de R$ 525,4 mil, foi financiado com recursos do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável Microbacias II – Acesso ao Mercado, do Governo do Estado, que tem recursos do Banco Mundial.
“Na primeira etapa do projeto, o Microbacias I, foi priorizada a recuperação do solo, realizadas curvas de nível, terraciamento, recuperação de mata ciliar, destinação das águas das chuvas… já o Microbacias II concentra-se na ampliação da renda, permite que o produtor dê um passo a mais na cadeia produtiva”, afirmou o governador Geraldo Alckimin.
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O município de Torrinha está localizado no coração de São Paulo, a uma altitude de 750 a 950 metros, o que confere características de excelência ao café. “Nós já tivemos nosso produto, duas vezes, indicado como o melhor do Estado. Da mão do trabalhador, do homem do campo, sai o melhor do nosso País. O produtor rural exporta o Brasil para o mundo”, declarou o prefeito Thiago Rodrigo Rochiti.
“A Cafenato surgiu em 2004, a partir do interesse de um grupo de 14 produtores de café em obter informações para aprimorar a produção, melhorar a competitividade e fortalecer a região”, explicou Edemir Matheus Spigolon, presidente da associação. Atualmente, é composta por 27 agricultores familiares que têm, em média, seis hectares cada, totalizando uma área de 155 ha de café em produção. A maioria é composta de produtores tradicionais, alguns na quarta geração e descendentes de famílias italianas que imigraram no século XIX, desde então trabalhando com a cultura do café na região. “Quando surgiu a proposta de participar do Microbacias, fomos os primeiros da região a enviar a manifestação de interesse”, afirmou.
Mosteiro Paraíso
Instalada em um local magnífico – o Mosteiro Paraíso –, a Cafenato já nasceu abençoada, conforme explicou o padre Nilton Antônio Marques, administrador do local. “Quando estávamos à procura de um local para instalar o mosteiro, a comunidade nos abraçou. De lá para cá se passaram 25 anos, nesse período temos caminhado juntos, nos apoiando mutuamente. Por isso, quando os produtores precisaram de uma sede para a associação, parecia natural que fosse instalada aqui”, afirmou padre Nilton.
A comunidade de Torrinha encontrou no trabalho dos Agromonges do Mosteiro Paraíso assistência espiritual e social, apoio para lidar com os problemas do dia a dia. Mas, a assessoria técnica fica por conta dos funcionários da Cati que, atendendo as orientações da Secretaria de Agricultura, se empenham em aproximar os resultados das pesquisas científicas desenvolvidas nos Institutos de Pesquisa ligados à Pasta dos agricultores, especialmente os pequenos e, fazendo o caminho inverso, levam aos pesquisadores demandas encontradas no campo.
“Com a implantação dessa unidade de beneficiamento será possível subir mais um degrau, agregar valor ao produto. O café produzido na região é de excelente qualidade, mas os agricultores comercializavam sem nenhum tratamento, em coco. Agora terão oportunidade de separar e classificar os grãos. A próxima fase, que eles ainda nem estão cogitando, seria a torrefação. Seria o processo natural, torrar o café e vender o pó”, comenta João André Miranda Prado, diretor do Escritório de Desenvolvimento Regional da Cati (EDR).
O professor Jesus Donizete Minatel, membro fundador da Associação e que descende de uma família de agricultores que imigraram da Itália para trabalhar nas lavouras de café, entende a empolgação de João André Miranda Prado, porque afirma que a ligação dos produtores rurais com os técnicos da Cati é bem antiga. “Muitos dos nossos amigos já se aposentaram, alguns dos que estão trabalhando agora a gente conhece desde pequeno”, brincou.
