* Por Reinaldo Domingos
O dólar alcançou seu maior valor desde 2004, chegando nesta terça-feira (10 de fevereiro) a R$2,83. A alta de 2,12% tem impacto para todos – investidores, empresários, viajantes e também às pessoas físicas, consumidores brasileiros –; para uns de maneira positiva, para outros, negativa.
Para quem investiu em moeda estrangeira, a notícia é boa, pois aumentará seus ganhos, para quem está pensando em investir, não recomendo agora. Já para quem importa ou quer importar produtos, o momento é ruim. Por fim, para os consumidores a notícia também é sinônimo de problema, pois, muito dos produtos que são adquiridos são importados ou possuem componentes importados, assim, essa alta com certeza será repassada para estes produtos, ocasionando aumentos.
Àqueles que estavam planejando viajar ao exterior, o fato também desanima, pois a todos os gastos comuns de uma viagem dessas – passagem aérea, passeios, valores do cartão de crédito etc. – será acrescido o aumento da cotação do dólar, ultrapassando o valor planejado inicialmente. Por isso, é preciso cautela! Para quem nem sequer se programou, é melhor deixar a viagem para outro momento.
Contudo, os mais prejudicados com certeza é a população em geral, com o repasse muitas vezes dessa alta aos consumidores. Somada à inflação oficial (que sabemos que é muito menor que a real), que fechou 2014 em 6,87%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente e, consequentemente, diminuindo nosso poder de compra, ao passo que o salário mínimo sofreu um aumento de 8,8% neste ano.
Embora não seja motivo para pânico, há muitos cuidados a serem tomados nesse período. Por isso, o melhor a fazer é reunir a família, rever os custos diários e mensais, reduzir os excessos e supérfluos e fazer algo que parece óbvio, mas muita gente não consegue: garantir que o ganho sempre seja maior que as despesas. Não adianta apenas ficar reclamando do Governo, que realmente é o grande culpado, é necessária nesse momento uma readequação no padrão de vida.
É hora de assumir a responsabilidade, encarar a realidade e mudar os hábitos para passar por essa situação de maneira sustentável e consciente.
Veja seis orientações para agir com essa alta do dólar:
1. Não é hora de comprar importados, pois essa alta será repassada diretamente para esses produtos, avalie a real necessidade e se possível deixe essa compra para um segundo momento;
2. Por mais que seja convidativo com a alta, não é hora de investir nessa moeda, geralmente quando se investe em um produto que está em alta por um logo período a chance de perde é maior;
3. Se já programou viagem para o exterior, não é necessário desespero, mas sim controle. Contenha os gastos e prepare uma reserva de 40% a mais dos valores que tinha planejado para que não tenha problemas futuros;
4. Caso queira mais ainda não planejou viajar para o exterior, deixe para depois. Prefira soluções caseiras nesse momento, não custa nada postergar um pouco o sonho;
5. Para quem quer investir, mas não possui muito conhecimento de mercado, recomento buscar linhas conservadoras e, principalmente, com rendimentos pré-fixados, pois os riscos são menores;
6. Para quem está endividado, independente do dólar, a hora é de uma ‘ação de guerra’, pois o cenário negativo da economia tende a deixar os juros mais altos e a situação insustentável.