Marcas buscam melhores estratégias de crescimento

Premium segue na mira das grandes marcas com aumentos de vendas em valor e volume

Por Carlos Donizete Parra

Terceiro maior consumidor de cerveja no mundo, o Brasil registrou um crescimento nas vendas da bebida no ano de 2023 com produção chegando a 15,3 bilhões de litros de cerveja, sendo o sudeste a região com o maior volume de produção, mais de 8 bilhões de litros ou 53,4% do total. Para 2024, a produção deve ultrapassar os 16 bilhões de litros.

No que se refere aos estilos e preferências dos consumidores, as cervejas puro malte ou 100% malte representam 29,2% do volume produzido, enquanto as cervejas sem álcool e com baixo teor alcoólico chegam a 1,1% do volume total. A Heineken lidera as vendas de cervejas sem álcool no país.

No Brasil existem 1847 cervejarias registradas o que representa um crescimento de 6,8% em comparação com 2022. São Paulo mantém a liderança como o estado com maior número de cervejarias.

O número de produtos registrados alcançou em 2023 a marca de 45.648 registros, um crescimento de 6,6% em relação ao ano anterior.

Essa variedade reflete a alta competitividade no mercado de consumo, dificultando as ações das cervejarias artesanais, principalmente em pontos de vendas, como supermercados e varejo tradicional. Nos últimos anos houve um aumento considerável de novos rótulos de cerveja no mercado, o grande problema é vender, escalar e escoar esses produtos. Com volumes pequenos e margens apertadas, as cervejarias artesanais e de pequeno porte precisam encontrar saídas para superar esses desafios de competitividade. O bom desse mercado é que ele não para de crescer e isso gera novas oportunidades. As cervejarias menores capitalizam esses movimentos com mais rapidez e flexibilidade conseguindo responder prontamente às demandas do consumidor.

Domínio das grandes marcas

No Brasil, por enquanto, três cervejarias exercem um amplo domínio do mercado cervejeiro: Ambev, Heineken Brasil e Grupo Petrópolis. Uma pequena parcela restante se divide entre diversas cervejarias de pequeno porte espalhadas pelo país.

De acordo com dados da Nielsen, no acumulado do ano, a Ambev ficou na liderança, com 59,3% do mercado, seguida por Heineken Brasil (24,4%) e Grupo Petrópolis (11,3%). Cada 0,1 ponto percentual do mercado brasileiro de cerveja equivale a cifra de R$140 milhões.

As três principais cervejarias dominam o mercado com 95% de participação

Considerando o período de dezembro/2022 e dezembro/2023, o Grupo Petrópolis foi a única a apresentar um crescimento no mercado cervejeiro. De 11,2% em dezembro de 2022, a cervejaria alcançou 12,1% no fim de 2023. No mesmo período, Ambev caiu de 59,1% para 58% e a Heineken de 24,8% para 24,6%.

Com o portfólio premium crescendo, as principais marcas de cerveja no Brasil enxergam oportunidades nessa faixa de consumo, especialmente em produtos de maior valor agregado. Na Ambev, as vendas de produtos do portfólio premium cresceram mais de 20% em 2022. A Heineken vem de anos seguidos com aumentos ao redor dos 20% nessa categoria e também com aumentos expressivos em share de mercado.

A briga das duas cervejarias torna-se cada vez mais acirrada com o lançamento de novos produtos e uma forte disputa por pontos de vendas, principalmente bares e restaurantes.

A guerra das verdinhas

Desde 2017 quando adquiriu a Brasil Kirin, o Grupo Heineken avança no mercado cervejeiro do país posicionando a operação brasileira como a maior do mundo. Com participação de mercado ao redor de 20%, a invasão das garrafinhas verdes pelo Brasil causou alvoroço entre as concorrentes que também passaram a usar mais o verde nas embalagens.

Tradicionalmente um mercado dominado pelas garrafas de vidro âmbar que, segundo os especialistas, protegem a bebida da luz e dos raios solares, de uns anos para cá, passou a contar com outras marcas de cerveja em garrafas verdes, sem falar é claro das latas seguindo a mesma cor e desbancando em muitos casos as cores amarelo e vermelho.

Oferecer novas opções que agradem os consumidores em todas as necessidades de consumo parece ser o grande desafio dessas empresas, principalmente no Brasil onde as diferenças regionais são grandes. Novas marcas, diferentes embalagens e em formatos variados formam um arcabouço de opções para agradar e conquistar os brasileiros nesse mercado gigante das cervejas.

Cerveja não é a preferência dos Millennials

Estudo entre usuários brasileiros do aplicativo de relacionamento Inner Circle revela tendência de valorização da qualidade e sofisticação nas escolhas de bebidas.

Preferência nacional, a cerveja não foi a escolha dos usuários e os resultados surpreenderam: o vinho é a bebida alcoólica apontada por 50% dos participantes, consolidando-se como a bebida de escolha entre os usuários. A cerveja ocupou o segundo lugar, sendo escolhida por 35% dos entrevistados. Os destilados, por sua vez, foram a opção de 15% dos usuários, ocupando a terceira posição na lista de preferências.

Pesquisa evidencia mudança nas preferências dos consumidores de bebidas alcoólicas e indica uma tendência crescente de valorização da qualidade e sofisticação nas escolhas dos usuários

Além disso, o levantamento apontou que os principais fatores que influenciam as decisões dos usuários em consumir álcool são o relaxamento e a descompressão, eventos sociais, sabor e preferência pessoal.

Esses mesmos fatores também desempenham um papel importante na decisão de ter um “date”. No entanto, quando se trata de sair em encontros, os usuários do Inner Circle também consideram interesses em comum e a compatibilidade de personalidade. É interessante notar como o consumo de álcool muitas vezes se entrelaça com a busca por conexões sociais e relacionamentos significativos, servindo como um facilitador em encontros sociais, já que mais de 17% dos respondentes gostam de beber para ajudar o papo fluir.

A pesquisa não apenas evidencia uma mudança nas preferências dos consumidores de bebidas alcoólicas, mas também indica uma tendência crescente de valorização da qualidade e sofisticação nas escolhas dos usuários. Esses dados são indicativos das tendências atuais de consumo e podem ser de grande relevância para a indústria de bebidas alcoólicas.

Bebidas Não Alcoólicas

Uma tendência vista na pesquisa é de que mais de 59% dos participantes apontaram já ter trocado a bebida alcóolica por uma não alcoólica ocasionalmente (31%) ou frequentemente (28%), sendo o energético o favorito com 48% dos respondentes, seguido por soda italiana (41%) e cerveja sem álcool (32%). Os principais motivos pela troca são: segurança (32%), para preservar a saúde e o bem estar (28%) e para evitar ressaca (13%).

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