A cada mil brasileiros, 360 se declaram consumidores de orgânicos
O Instituto Organics apresentou durante o 7o Fórum Internacional de Produção Orgânica e Sustentável, realizado na BioBrazil Fair e Naturaltech, os resultados da pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”.
O estudo revela que a cada mil brasileiros, 360 se declaram consumidores de orgânicos e aponta um crescimento de 16% no consumo deste tipo de alimento no país, entre 2021 e 2023.
Hoje em dia, quase 46% da população brasileira consome alimentos orgânicos, o que demonstra uma crescente conscientização sobre os benefícios desses produtos para a saúde e o meio ambiente. Além disso, a pesquisa apresenta detalhes demográficos estratégicos sobre os consumidores de alimentos orgânicos e os “não consumidores”. Os resultados fornecem um panorama estratégico para produtores e interessados no tema a conduzirem seus negócios.
Distribuição regional
Feito com consumidores de todo o Brasil, uma das surpresas neste estudo está no Nordeste. A região apresentou o aumento mais significativo no consumo de orgânicos no país, de 32% em 2021 para 45% em 2023. Em segundo lugar, aparece o Centro Oeste com 42% na pesquisa atual, contra 39% na anterior. Seguido pelo Sudeste, registrando aumento de 26% para 30%.
A região Norte teve aumento de 1% entre as pesquisas de 2021 – 15% – para 16% em 2023. O Sul manteve os 39% nas duas edições.
Consumidor mais atento
Um dos principais motivos para o aumento no consumo de alimentos orgânicos é a associação direta com uma opção mais saudável. “Os consumidores estão buscando alimentos livres de agrotóxicos e priorizando uma alimentação equilibrada e nutritiva”, revela Cobi Cruz, diretor executivo da Organis e responsável em apresentar a pesquisa.
Além da saudabilidade, a crescente conscientização sobre o meio ambiente, principalmente entre a população mais jovem, que busca produtos – alimentos, bebidas e outros itens, como vestuário e cosméticos, mais naturais, sem conservantes e aditivos químicos, sem crueldade animal e produzidos por empresas atentas a todas as questões de ESG, como inclusão social, a geração de novos negócios, o desenvolvimento econômico de diversas áreas e a sustentabilidade do nosso planeta.
Sendo assim, a embalagem se tornou um fator relevante na decisão de compra para os consumidores mais engajados, que procuram adquirir alimentos de empresas comprometidas com a reciclagem e gestão de resíduos.
Os alimentos orgânicos mais consumidos no Brasil são a banana, a batata e a alface. O principal local de compra é o supermercado, mas 83% dos compradores preferem ver esses produtos em gôndolas ou seções específicas. O reconhecimento dos produtos pelo selo de certificação orgânico também se mostrou importante para 13% dos consumidores.
Desafios do setor
A pesquisa aponta também a necessidade de divulgar e ampliar a variedade de produtos orgânicos disponíveis, como carnes, leite e derivados, vinhos, óleos, farinhas, matinais, grãos e açúcar, inclusive em suas versões industrializadas.
Embora o preço ainda seja um ponto relevante entre os compradores, eles reconhecem as razões para os valores mais elevados desses produtos. A maioria – 43% dos consumidores – está disposta a pagar em torno de 20% a mais pelos alimentos orgânicos em relação aos convencionais, porque avaliam que esses itens vêm de uma produção sem agrotóxico, mais lenta e em menor escala, com o produtor focando na qualidade ao invés da quantidade.
Novidades da indústria
Como alternativas veganas ao leite em pó comum (animal), o Mundo Verde apresenta aos consumidores as bebidas vegetais de tapioca e de arroz. A bebida de tapioca é fonte das vitaminas B12 e D e contém cálcio em sua composição. Já a de arroz é fonte das vitaminas B12, C, D e K e o cálcio também não fica de fora, além de ser fonte de fibras.
Os lançamentos estão disponíveis em pó, em embalagem de 200g, e não contêm glúten, leite, soja, ovos, alimentos considerados alérgenos alimentares, nem produtos de origem animal.
A bebida de Tapioca possui um sabor mais neutro, sem aroma e sem adoçantes. Já a bebida de Arroz é adoçada com stévia e no sabor baunilha.
Suplementos proteicos
A Sanavita apresenta sua nova linha de suplementos proteicos de alta concentração. Body Up, desenvolvido com proteína hidrolisada com tecnologia Bodybalance, Whey Up, combinação de proteína do leite com aminoácidos e Vegan Up, composto de proteínas 100% vegetais.
Indicados como aliados de treinos e performance física, os suplementos proteicos funcionam como uma alternativa para aumentar a ingestão diária de proteína e, consequentemente, para a manutenção ou preservação da massa magra. A suplementação, segundo Andrea Dário Frias, coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita e PhD em nutrição, também é indicada em dietas de emagrecimento, para pacientes bariátricos e mulheres na pré e pós menopausa, que apresentam redução nos níveis de estrogênio e, consequentemente, uma maior perda de massa magra e acúmulo de gordura corporal.
Com alta digestibilidade, absorção e zero lactose, Body Up apresenta como vantagem sua composição hipoalergênica, uma alternativa interessante aos sensíveis às proteínas do leite, proteínas vegetais e intolerantes à lactose, que muitas vezes apresentam desconfortos digestivos como distensão abdominal, sensação de estufamento e o surgimento de acne. O suplemento, desenvolvido com 15g de proteína por porção na forma de peptídeos bioativos de colágeno com tecnologia Bodybalance, também é fonte natural de aminoácidos essenciais importantes para formação da massa muscular, como os BCAA (leucina, isoleucina e valina), e apresenta alta concentração de zinco, selênio e vitamina C.
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Bebidas destiladas
Com mais de 75 anos, a Weber Haus possui em seu portfólio mais de 70 produtos entre cachaças, gins e rum. A Weber Haus possui as certificações orgânica e de rastreabilidade concedidas pelo Inmetro. A marca produz a Cachaça Weber Haus Envelhecida Gold Camisa 8, uma bebida armazenada por dois anos em barris de amburana, madeira tipicamente brasileira, e canela sassafrás.
Outro produto da Weber Haus é o Gin Antiqua, um autêntico Botanic Gin, elaborado com o tradicional zimbro e outras sete especiarias naturais, o que o torna suave e aromático. Já o Antiqua Tropical Gin é a versão refrescante do Antiqua Botanic Gin. Sua infusão é feita com menor graduação alcoólica, o que enfatiza as características sensoriais de aroma e sabor. Também fabrica o Vinagre de Caldo de Cana Orgânico Antiqua. Produzido com caldo de cana-de-açúcar orgânico através de fermentação natural, sem conservantes, aromatizantes, álcool ou aditivos químicos, ele ajuda no controle da gordura corporal e do nível de açúcar no sangue, e na perda de peso devido às propriedades do ácido acético, que diminui o apetite.
“O mercado de produtos orgânicos e naturais cresceu muito no Brasil, pois os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a saúde e com a composição dos produtos que eles consomem, e nós sempre tivemos essa preocupação de oferecer produtos de qualidade e desenvolvidos pensando no bem-estar de nossos clientes”, afirma Evandro Weber, diretor da Weber Haus.
Bebidas vegetais
A Natural One dá seu primeiro passo no mercado de bebidas vegetais, com o lançamento da linha composta inicialmente de quatro sabores: Original, Cappuccino, Cacau e Frutas Vermelhas, sendo que este último blend é o primeiro para um portfólio mais amplo com a futura inclusão de novos sabores com frutas, mixologia já dominada pela empresa. Assim como os sucos da marca, os produtos passaram pelo mesmo processo de pasteurização, envase asséptico a frio e embalagens com proteção contra raios UV e sequestrante de oxigênio, características que garantem um shelf-life de oito meses.
O lançamento da empresa tem como base a aveia, um dos cereais mais nutritivos e que tem grande facilidade de sourcing no Brasil, o que torna o insumo mais acessível e com melhor custo-benefício se comparado a outras matérias-primas como castanha e amêndoas. Além disso, os novos produtos trazem importantes diferenciais, como ser rico em cálcio – uma preocupação constante dos consumidores ao optar pela versão vegetal em substituição à animal –, não ter adição de açúcar nem conservantes e ser 100% natural, apenas com frutas, vegetais, cereais e minerais, ser refrigerado – ficando assim nas gôndolas onde os consumidores encontram produtos mais frescos e ao lado dos leites tradicionais mais premium e dos iogurtes prontos para beber –, ser comercializado em uma embalagem transparente – o que permite que os compradores visualizem o produto – , e preço competitivo, além de ser saboroso, funcional e nutricionalmente um bom substituto para o leite de origem animal.
“O grande objetivo da Natural One desde sua fundação é se firmar como um dos grandes players globais na produção de bebidas saudáveis e saborosas, feitas apenas com ingredientes naturais, para os mais diferentes consumidores. Optamos por dar nosso primeiro passo neste longo caminho com os chamados “leites vegetais” por se tratar de uma categoria ainda muito nova no Brasil, representando cerca de 0,3% no total de leite de origem animal, e queremos ajudar a desenvolver a categoria no país, fazendo jus ao nosso DNA de inovação aliado à tecnologia e saudabilidade”, afirma Rafael Ivanisk, CEO da Natural One.
Vinhos
Novidades no universo dos vinhos, rótulos biodinâmicos, naturais, orgânicos e veganos representam a constante evolução da categoria e a responsabilidade junto à sociedade e ao meio ambiente.
Segundo Priscilla Dal Lago, embaixadora da Domno Wines, importadora do Grupo Famiglia Valduga, os vinhos orgânicos não utilizam em sua elaboração nenhum tipo de agroquímico como pesticidas, fungicidas e bactericidas. O processo de vinificação não precisa ter distinção do convencional, porém não são utilizados compostos para aumentar a rentabilidade, já que a motivação deste sistema, além da sustentabilidade, é garantir que o vinho não leve nenhum resíduo agroquímico, podendo ou não ter certificação, a depender de cada país de origem.
Já os vinhos biodinâmicos são conhecidos por utilizarem a antroposofia em seu cultivo, ou seja, o conhecimento do ser humano de técnicas ancestrais aplicadas tanto no cultivo das uvas, quanto no funcionamento da vinícola. Estes rótulos também são orgânicos, porém – nesta categoria – além de não ser utilizado nenhum tipo de composto químico na cadeia produtiva do vinho, a agricultura se aproveita inteiramente de alimentos proporcionados pela natureza, como o uso de preparações à base de uvas e minerais, chás para auxiliar na mineralização do solo ou a técnica em que o engarrafamento é feito seguindo os ciclos lunares.
O vegano, por sua vez, não leva insumos de origem animal no seu processo de elaboração, como a albumina (proteína do ovo) e a caseína (proteína do leite), utilizadas na etapa de clarificação do vinho. Estes rótulos também não têm perdas aromáticas e estruturais, que afetam a degustação.
A denominação de vinhos naturais é um pouco mais ampla, uma vez que não há norma ou regularização para esta variedade. Normalmente, são considerados naturais os vinhos que utilizam fermentação espontânea – isto é, não têm adição de conservantes ou nenhum outro artifício químico para corrigir acidez ou taninos. Desta forma, vinhos naturais são orgânicos e podem também ser biodinâmicos, caso utilizem as regras necessárias.
A Domno Wines traz em seu portfólio o Argento Single Vineyard Agrelo Malbec, considerado o “Melhor Malbec Orgânico do Mundo” – pelo Guia Descorchados e 92 pontos do James Suckling – produzido pela Bodega Argento.
Bebida cafeinada
A Vida Veg possui um portfólio composto por mais de 40 produtos, todos com origem 100% vegetal. Entre eles, queijos, leites, manteigas e iogurtes. O lançamento mais recente é o Vida Coffee, uma bebida cafeinada zero açúcar feita à base de coco e aveia e equivalente a 1 expresso e meio de café (tem 150ml de cafeína). Por ter base de coco, contém TCM (triglicerídeo de cadeia média) que fornece energia, podendo ser usado como pré-treino, ou em momentos da rotina em que a pessoa precise de mais energia ou foco.
“Trata-se de uma bebida energética natural, super prática e limpa, uma inovação na categoria. Por exemplo, às vezes na correria do dia não dá tempo de parar e tomar um café quente, ou fazer um expresso. O Vida Coffee está 100% pronto para consumo, qualquer hora do seu dia, garantindo energia e foco para enfrentar a rotina com disposição”, diz Álvaro Gazolla, sócio fundador e diretor comercial da empresa.
O mercado de alimentos plant-based cresce ano a ano e pode representar até 7,7% do mercado global de proteínas até 2030, segundo estudo do Boston Consulting Group. “Nosso crescimento surge de uma demanda latente no mercado brasileiro. E além de atender ao público que opta ou não pode consumir alimentos de origem animal, nossos produtos também são diferenciados do ponto de vista ambiental, pois temos a preocupação de manter equilíbrio entre o meio ambiente com o sabor e a nutrição vegetal”, diz Gazolla.
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