Aumento do consumo de RTDs alcoólicos segue movimento global
que contempla experiências de consumo, cultura de bares e socialização.
Além disso, a busca das pessoas e das novas gerações por um estilo de vida mais saudável aumenta o consumo de bebidas com menor teor alcoólico proporcionando oportunidades de crescimento para esses drinks
O mercado para bebidas prontas e coquetéis mistos está em expansão, despontando como oportunidade de investimento para empresas de bebidas no Brasil. As versões prontas para consumo concentram forte tendência de crescimento em razão das mudanças de hábitos e comportamento dos consumidores. No Brasil, a contaminação das bebidas destiladas com metanol derrubou as vendas desses produtos e mostrou uma alteração no comportamento dos consumidores. No terceiro trimestre deste ano, quase 70% afirmam ter reduzido ou modificado o consumo de álcool fora de casa; 37,5% migraram para bebidas não alcoólicas; e 15,1% deram espaço para alternativas como cervejas e drinques prontos.
Além disso, conveniência, praticidade e fácil acesso de RTDs no comércio aumentam suas vendas no país.
A onda dos spritzes tão populares nos bares europeus também vem ganhando força no Brasil. Ano a ano, essas bebidas conquistam a preferência dos consumidores e devem fazer sucesso no verão.
Com uma variedade de sabores e estilos já disponíveis no mercado, os coquetéis buscam entregar muita experiência para se manterem em alta com esse público.
Desde o clássico Aperol Spritz até versões inusitadas, o mercado oferece excelentes opções de consumo. O tradicional Aperol Spritz é um drinque de teor alcoólico moderado que varia entre 8% e 11%. Em termos comparativos, é mais forte que uma cerveja pilsen, mas geralmente é mais fraco do que drinques elaborados com destilados como vodka, gim etc.
Coquetéis ready-to-drink
O segmento global de coquetéis prontos para beber (RTDs) está em expansão. Muitos consumidores (especialmente jovens e de meia idade) estão optando por bebidas com teor alcoólico mais baixo, para beber em momentos de socialização — happy hours, encontros ao fim do dia, refeições etc.
Os spritzes, por serem menos pesados comparados a destilados fortes, dialogam com essa crescente demanda por moderação, versatilidade e estilo de vida mais “light”.
Cultura de aperitivo e socialização
Para muitos mercados — especialmente na Europa, onde o hábito do aperitivo é tradicional — o spritz tornou-se quase sinônimo de socialização descontraída. O coquetel oferece uma experiência premium descontraída: sabor, estética (cor, borbulhas, apresentação), momento de pausa/socialização.
Esse comportamento de “drinque + convivência” tem se espalhado globalmente, impulsionado por viagens, globalização da cultura de bar, marketing e redes sociais.
Diversificação e inovação
Além do spritz tradicional (ex: com Aperol ou Campari), outros coquetéis como Hugo Spritz e Limoncello Spritz ganham destaque. Isso amplia o público — desde quem gosta de bebidas mais suaves e florais até quem busca sabores cítricos ou inovadores. Também ajuda o mercado a se renovar, mantendo relevância e atraindo novos consumidores.
No Brasil, Campari lançou o Venizz for Spritz, um espumante em lata que chega para simplificar o preparo do drink número 1 da Itália, cada lata rende até 4 taças de Aperol Spritz.
Schweppes Mixed, marca da Coca-Cola lançou o novo sabor Caipivodka Maracujá, drink pensado para acompanhar os “esquentas”, as reuniões entre amigos e todos os momentos em que a combinação de sabores marca presença nas festas.
Como alternativa para impulsionar o consumo de cerveja para esse público, especialmente os mais jovens, a Heineken lançou a Lager Spritz inspirada no estilo coquetel italiano, considerado um símbolo de celebração e do espírito do verão.

Heineken Lager Spritz tenta se colocar à frente
das tendências e propor novas possibilidades
dentro do universo cervejeiro
A novidade chega acompanhada de um ritual próprio de consumo: servir em copo diferente do tradicional, com gelo e uma fatia de laranja para realçar o sabor e o equilíbrio aromático da bebida. Com infusão de botânicos e 6% de teor alcoólico, Heineken Lager Spritz tenta se colocar à frente das tendências e propor novas possibilidades dentro do universo cervejeiro.
O setor de bebidas acompanha uma mudança significativa nos hábitos de consumo, com as pessoas cada vez mais atentas ao equilíbrio entre diversão e saúde. De acordo com uma pesquisa Datafolha de 2025, 53% dos brasileiros que ingerem álcool afirmam ter reduzido a quantidade no último ano, com média semanal de 4,5 doses por pessoa, número considerado baixo diante dos 7,7 litros anuais estimados pela OMS. Além disso, quase 20% dos consumidores realizam o consumo entre uma e duas vezes por semana, reforçando a tendência por opções mais leves e equilibradas.
Para acompanhar essas trans formações, a Missiato lançou Coro te Drinks ICE Ultra, com 3% de teor alcoólico e 40% menos calorias em relação à sua tradicional linha.
Impacto econômico: vendas, exportações, expansão geográfica
A penetração global desses produtos está crescendo, o que mostra potencial de expansão em mercados emergentes.
Essa expansão econômica não envolve só bares e restaurantes, ela é ampliada para vendas em varejo, em embalagens como latas ou garrafas “ready-to-drink”, tornando o spritz um produto de consumo de massa, não apenas uma “moda passageira”. Isso contribui para a democratização desses coquetéis e o surgimento de uma nova categoria dentro do mercado de bebidas. Para isso é importante o investimento constante em inovação em sabor, embalagens, marketing e na experiência de consumo.
Veja também
Mercado de spritz / RTD
Segundo o Growth Market Reports, o mercado global de coquetéis “spritz” — incluindo versões prontas para beber (ready-to-drink) pode atingir cerca de US$ 3,17 bilhões até 2033, sendo que o Aperol Spritz detém a maior fatia: mais de 40% do mercado global de spritz em 2024.
A Europa continua dominando esse mercado, com cerca de 48% das vendas globais de spritz em 2024, mostrando sua forte tradição de “aperitivo” e a cultura de bares e convivência. A América do Norte (EUA e Canadá) aparece como o segundo maior mercado em 2024, com crescimento rápido impulsionado por coquetéis “instagramáveis”, cultura de bares, e adoção de bebidas prontas.
Em paralelo ao crescimento dos spritz alcoólicos, há um aumento expressivo da demanda por versões não alcoólicas ou de baixo teor — refletindo o movimento global por moderação, bem-estar, lifestyle mais saudável.
Futuro
Para a consultoria internacional WGSN, o consumo de bebidas prontas para beber (RTD – Ready to Drink) é uma das principais tendências universais do ano. No Brasil, um estudo da Cheers em parceria com o Janela Bar mostrou que 61,7% dos jovens preferem drinks prontos, valorizando a praticidade, sabor e consumo responsável de um público que procura experiências marcantes em festas, bares, encontros e eventos, mas com bebidas mais leves e funcionais.
Com base em estudos recentes e relatos de mercado, existe uma forte adoção dessas bebidas por consumidores jovens (millennials e geração Z), que valorizam drinks leves, com menor teor alcoólico, conveniência e estética — ou seja: sabor + praticidade + “vibe” social.
Coquetéis tipo spritz e RTD têm sido usados como uma alternativa aos destilados pesados ou cervejas tradicionais — ideal para ocasiões sociais, encontros, happy hours, sem exagero.O consumo de spritz não é uma moda de curto prazo — os dados sugerem crescimento sustentável por anos, tanto para versões clássicas quanto para inovadoras. Os spritz atraem públicos mais jovens ou que buscam moderação.
A crescente demanda por versões sem ou com pouco álcool também aponta para uma tendência importante: “bebidas sociais, saudáveis ou moderadas”, sem perder o caráter de celebração.
De acordo com relatório da Grand View Research , o mercado brasileiro de coquetéis “ready-to-drink” gerou cerca de US$ 128,5 milhões em 2024.
A projeção para o Brasil aponta crescimento forte com o mercado de RTD podendo chegar a cerca de US$ 277,3 milhões até 2030, uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) estimada em 14 % entre 2025 e 2030.
Outro levantamento, da Deep Market Insights, indica que o crescimento pode ser de cerca de US$ 423,6 milhões até 2033.
A adoção dessas bebidas tem sido impulsionada pela busca por praticidade, conveniência e por um perfil de consumo mais “casual” e social.
Versões sem álcool
Há também uma tendência crescente de “consumo consciente”, segundo dados de 2025, 53% dos brasileiros que consomem álcool disseram que reduziram a ingestão no último ano — o que gera oportunidade para versões mais suaves, moderadas ou sem álcool.
Essa mudança no perfil de consumo — com pessoas buscando menos álcool, qualidade de vida e conveniência pode favorecer coquetéis leves, prontos ou mesmo versões “mocktail” (sem álcool), abrindo espaço para inovação e adaptação local.
O crescimento da categoria RTD mostra que coquetéis “casuais/prontos” deixam de ser algo de nicho para se tornar parte da oferta regular de bares, supermercados e varejo — o que pode tornar spritz e similares mais comuns e acessíveis no Brasil.

Sudeste é líder absoluto em volume e faturamento.
Concentra a maior parte das vendas on-premise (bares/restaurantes) e off-trade (varejo), devido à maior densidade urbana,
renda per capita e cultura de consumo em bares
Motores de crescimento
A regiões Sudeste e Sul são os motores de crescimento para esses produtos no Brasil, enquanto o Nordeste e Centro Oeste possuem boas perspectivas, e a região Norte sente a falta de poder aquisitivo da população o que atrapalha as vendas desse tipo de bebida.
O Sudeste (SP, RJ, MG, ES) é líder absoluto em volume e faturamento. Concentra a maior parte das vendas on-premise (bares/restaurantes) e off-trade (varejo), devido à maior densidade urbana, renda per capita e cultura de consumo em bares — São Paulo e Rio são os motores do mercado.
O Sul é o segundo maior player em penetração de RTD, com boa adoção em cidades médias e forte presença de eventos culturais que aumentam consumo social.
Marcas regionais também testam inovações antes de escalar nacionalmente, conforme levantamento da Deep Market Insights
Dicas de curto prazo
Concentre distribuição no Sudeste (SP/RJ) para ganhar tração rápida; use o Sul e capitais do Nordeste como mercados-teste/expansão.
Aposte em RTDs (lata/275–330 ml ou garrafa 275 ml) para varejo e em embalagens que funcionem no food service (barril/cocktail kit) para bares e eventos.
Considere a produção de versões com baixo teor ou sem álcool para capturar o público que busca moderação/saúde, uma tendência crescente no país.
Siga-nos nas Redes Sociais:



