Para a indústria, a tecnologia é um meio poderoso para alcançar maior eficiência e produtividade. Para a sociedade, a produtividade é um caminho para reduzir custos e disponibilizar produtos para um conjunto maior de pessoas
O começo do ano é sempre aquela época de conhecer e indicar tendências, Todo mundo tem as suas preferidas. Qual é a sua?
Em 2022, na área de tecnologia muita coisa “bombou”, mas sem dúvida, a Inteligência Artificial foi a menina dos olhos da maioria das empresas e projetos. A IA virou ferramenta básica para automação, robotização, data driven e, praticamente tudo o que é vanguarda em tecnologia. E o mais legal de tudo isso é que estamos só começando, sabemos muito pouco sobre Inteligência Artificial ainda!
Nesse início de 2023, um evento já conhecido sacudiu os apaixonados por tecnologia despertando a gula por novidades e mais novidades!
Tradicional evento de tecnologia para produtos de consumo, a Consumer Electronic Show (CES), pretende expandir suas fronteiras e apontar tendências para outros segmentos da indústria. Apesar da euforia pela quantidade e qualidade dos lançamentos, os fornecedores mostraram preocupação com alguns desafios que estão no caminho como a alta global da inflação, as persistentes dificuldades na cadeia de abastecimento, além das recentes do setor tecnológico que culminaram em milhares de demissões em todo o mundo.
Realizada entre os dias 5 e 8 de janeiro, em Las Vegas, nos Estados Unidos, a Consumer Electronic Show (CES) recebeu cerca de 100 mil visitantes de uma centena de países em cerca de 70 mil metros quadrados de exposição.
“A edição de 2023 representa um novo passo para a volta da normalidade”, garantiu Steve Koenig, um dos diretores da Consumer Technology Association (CTA), organizadora da CES.
A CTA acredita na tecnologia para reativar a economia, como aconteceu com os smartphones e a internet de alta velocidade depois da “última grande recessão econômica”.
“Desta vez, acredito que novas ondas de mudança tecnológica podem realmente remediar a inflação e restabelecer o crescimento do PIB global. As empresas têm essa capacidade”, afirmou Koenig, citando robótica, realidade virtual e veículos autônomos como grandes propulsores desse desenvolvimento.
A tecnologia aumenta a produtividade, o que reduz os custos de produção e, portanto, é “uma força deflacionária para a economia global”, ressaltou Gary Shapiro, presidente da CTA.
Cardápio variado
Como sempre faz, a CES apresentou novas televisões, patins elétricos, carrinhos de bebê com piloto automático e diversos outros eletrodomésticos de deixar qualquer um de boca a aberta quanto ao nível de automação e suas utilidades no meio doméstico. A CES 2023 trouxe o que há de mais recente em tecnologia de direção autônoma, redes móveis 5G, inteligência artificial, tecnologia doméstica inteligente e realidade virtual.
A Samsung mostrou suas máquinas de lavar que avaliam o nível de sujeira das roupas e determinam a quantidade de sabão necessária.
Também disse que está projetando um forno com câmera integrada para que o usuário acompanhe o cozimento ao vivo ou possa gravar um vídeo sobre, por exemplo, como cresce um suflê.
A LG Electronics apresentou o que descreveu como a primeira televisão sem fio e controlada por voz dirigida ao mercado de consumo.
“Agora que o software está integrado em todos os dispositivos, as marcas estão mostrando inovações em veículos elétricos, robótica e inteligência artificial aplicada”, disse.
Show de carros
A presença de empresas automotivas nesta edição foi a maior da história, com cerca de 300 expositores reunidos em um pavilhão específico.
Embora a promessa de veículos sem motorista demore mais do que o esperado para se materializar nas rodovias, as empresas voltarão a promover inovações que implicam, principalmente, a substituição do condutor humano.
Outro aspecto de destaque será o software para automóveis: sistemas operacionais para carros que podem ser atualizados remotamente, como um computador portátil ou um smartphone.
A Consumer Electronics Show destacou as tecnologias de transporte que existem aqui e agora, como tratores autônomos e carros elétricos comuns.
O foco do evento deste ano foi o lucro, não o potencial. Tanto montadoras quanto as startups mostraram tecnologias que podem gerar um retorno sobre o investimento no curto prazo, não em um amanhã que pode nunca chegar.
Mais praticidade e lucratividade foram as palavras de ordem em uma CES mais realista.
“Não há dúvida de que houve uma mudança”, disse Gary Shapiro, presidente da CTA, em entrevista. “O governo Biden se concentrou mais em veículos elétricos do que em autônomos”.
E os expositores também, como o novo conceito de picape elétrica da Stellantis para competir com o F-150 Lightning da Ford, R1T da Rivian e o aguardado CyberTruck da Tesla. A BMW exibirá um carro-conceito de serviços digitais. GM, Mercedes e Volvo também vão divulgar novos EVs.
Na área de veículos autônomos, em vez de maravilhas da tecnologia que nos levam a qualquer lugar, a estrela do show foi um trator da John Deere, que promete aliviar a carga de trabalho dos fazendeiros.
“Hoje em dia, a agricultura e a construção de estradas têm menos a ver com o tamanho das máquinas e mais com a tecnologia, a inteligência e a sustentabilidade”, explicou John May, diretor executivo da John Deere.
Ma
is metaverso
A CES do ano passado foi dominada pela ideia de que a realidade virtual, acessível por meio de uma variedade de capacetes de um amplo grupo de empresas, seria a internet do futuro.
Um ano depois, a fé cega no metaverso foi derrubada pelas dificuldades enfrentadas pela Meta, empresa antes conhecida como Facebook, que apostou seu futuro em construir um mundo virtual abraçado por todos. Tudo isso continua avançando mas existem tecnologias à disposição que podem ser utilizadas com resultados mais imediatos. É preciso equilibrar esses conceitos para avançar bem.
Revolução silenciosa
No ano passado, houve uma revolução silenciosa, longe das manchetes. Agora, especialistas acreditam numa grande transformação no que diz respeito aos dispositivos conectados.
Em outubro, foi acordada uma nova norma, conhecida como Matter, que significa que os dispositivos criados especificamente para a assistente virtual Alexa, da Amazon, ou Nest, da Google, são agora interoperáveis, o que cria uma grande oportunidade para os desenvolvedores, que podem inovar e disponibilizar essa tecnologia a um público maior.
Tecnologia verde
A importância da tecnologia de consumo para enfrentar os desafios das mudanças climáticas tem sido um tema recorrente na CES, embora raramente atraia multidões como os veículos conectados ou os últimos gadgets.
Esse assunto ganha destaque cada vez maior em razão da prioridade que empresas e governos dão ao meio ambiente.
As empresas também irão promover sua perspectiva sustentável, destacando o material reciclável de seus produtos e sua baixa pegada de carbono. É um assunto do dia, não é mais tendência. É questão de sobrevivência para o planeta e tem a tecnologia como sua grande parceira.
Siga-nos nas Redes Sociais:
