Transformação digital é um ecossistema urgente e necessário

O evento híbrido Siemens Innovation Forum 2022 reuniu convidados presenciais em São Paulo e mais de dois mil acessos online. Foto: Divulgação Siemens

Siemens Innovation Forum 2022 aponta caminhos para o futuro com temas que permeiam o mundo corporativo como a sustentabilidade e inovação

A quarta edição do Siemens Innovation Forum foi direcionado para transformação digital e inovação em infraestrutura, indústria e ecossistemas relacionados. O evento recebeu clientes, parceiros e colaboradores em São Paulo no Hotel Hyatt. Parte da programação foi transmitida online, apontando caminhos para a transformação digital da indústria e o futuro do planeta.

Pablo Fava, CEO da Siemens, recebeu Judith Wiese, Diretora Global de Pessoas e de Sustentabilidade e membro do Board da Siemens AG, na abertura do evento, sob mediação de Ariane López, Head de Comunicação da companhia. O tom da abertura sobre a urgência da transformação das empresas permeou todos os painéis que se sucederam durante o dia. No palco, Fava lembrou que a transformação digital é a alavanca fundamental da eficiência. “O Brasil quer ser importante no mundo, gerar valor e empregos. A digitalização hoje é o que, no passado, foi a máquina a vapor ou os sistemas automatizados. É uma nova revolução”, afirmou o CEO, comentando que essa transformação, ao contrário das anteriores, que levavam décadas para serem consolidadas, vai acontecer de forma muito mais rápida. Pablo chamou a atenção para a disponibilidade de um aplicativo, no próprio evento, projetado para aferir a maturidade de uma empresa ou negócio.

Da esq. para a dir.: Ariane López, Head de Comunicação da Siemens, Judith Wiese, Diretora Global de Pessoas e de Sustentabilidade e membro do Board da Siemens AG, e Pablo Fava, CEO da Siemens, na abertura do Siemens Innovation Forum 2022. Foto: Divulgação Siemens

Judith comentou que a Siemens é uma empresa focada em tecnologia há 175 anos com o objetivo de melhorar a vida das pessoas. “Nosso envolvimento com empresas no Brasil é essencial para contribuir com a digitalização da economia brasileira. O Brasil também é um ícone, por causa da Amazônia. Queremos contribuir com nossa tecnologia para os esforços de sustentabilidade de nossos clientes e, assim, proteger esse grande patrimônio”. A executiva reforçou que a Siemens aborda a questão da sustentabilidade com um framework chamado DEGREE, um acrônimo em inglês para as palavras Descarbonização, Ética, Governança, Eficiência de recursos, Equidade e Empregabilidade. “A Siemens foi uma das primeiras empresas a aderir aos compromissos de descarbonização lançados anos atrás. Mas isso ainda tinha mais a ver com nossas próprias operações. Ficou claro, no entanto, que a sustentabilidade não é apenas uma necessidade, é também um bom negócio. Moldamos nossos negócios para ajudar nossos parceiros a reduzir suas emissões e alcançar seus objetivos também. O fato é que nosso planeta não será viável sem uma ampla conscientização em todos os setores, em todos os países, e não apenas oferecemos soluções, mas também formas de acelerar essa transformação”, disse ela.

Mundo real e digital

O painel Acelerando o mundo real e virtual reuniu Dirk Didascalou, CTO Global da Siemens Digital Industries, remotamente de Munique, na Alemanha, Bernardo Fernandes, Head de Power Technologies International da Siemens nos EUA, e os mediadores Sergio Jacobsen, Vice-presidente da Smart Infrastructure da Siemens, e Daniel Scuzzarello, Head da Siemens Digital Industries Software.

Daniel Scuzzarello, Head da Siemens Digital Industries Software, Bernardo Fernandes, Head de Power Technologies International da Siemens nos EUA, e Sergio Jacobsen, Vice-presidente da Smart Infrastructure da Siemens, no painel Acelerando o mundo real e virtual. No telão, Dirk Didascalou, CTO Global da Siemens Digital Industries. Foto: Divulgação Siemens

  O tema da conversa partiu de uma constatação: os mundos real e digital já convivem nos negócios, foram acelerados pelos efeitos da pandemia na sociedade e o uso de dados não é mais uma tendência – é uma necessidade urgente. Jacobsen e Scuzzarello lembraram como a digitalização foi fundamental para a transformação dos negócios e o enfrentamento da doença, com linhas de produção aceleradas para a produção de vacinas e a produção de respiradores mecânicos. “Transformação digital não é apenas algo bom de se ter, é algo que se deve ter”, disse Didascalou. “Ainda hoje, muitas empresas do ramo industrial tendem a concentrar esforços em seus produtos, especializando-se nos processos para fabricá-los. A transformação foca na produção de forma vertical e em um processo guiado por dados, possibilitando novas estratégias, novas abordagens do mercado e, naturalmente, muito mais eficiência e produtividade”, complementou. Fernandes também aproveitou a oportunidade para traçar um panorama do tema nos Estados Unidos, sinalizando o que já desponta no mercado brasileiro. “A tecnologia não espera ninguém”, comentou o executivo, apontando para a realidade de empresas de diversos ramos, que precisaram se adaptar a situações como a pandemia e conflitos regionais, especialmente na Europa, com a alteração drástica de segmentos como o fornecimento de energia, a logística e a produção industrial.Um dos exemplos trazidos por Fernandes foi a mudança de paradigma em termos de consumo de energia em países do Oriente Médio que, embora com recursos ainda abundantes de combustíveis fósseis, hoje caminham para a introdução de fontes renováveis. Outro exemplo veio da Europa, onde vários países estão substituindo mecanismos de aquecimento a gás, em função do conflito entre Ucrânia e Rússia. “Tudo isso só se consolida com uma estrutura tecnológica e digital”, concluiu. Outra referência veio da Califórnia, com a implementação de um sistema para mobilidade elétrica, integrando as variáveis – carros, estações de carga, semáforos, vias públicas – em um modelo desenvolvido pela Siemens que simulou ciclos de carga de forma a viabilizar esse sistema, sem afetar as operações da concessionária local de energia.

ESG e Inovação são inseparáveis

O painel Como os desafios ESG estimula inovações no Brasil contou com a participação de José Borges, Head de Inovação da Siemens no Brasil, Fábio Passos, da Bayer, e Celso Procknor Filho da Braskem com mediação feita por Denise Hill, diretora global de Sustentabilidade da Natura. “Tudo o que fazemos, na nossa vida pessoal e nas empresas, gera impacto. Precisamos trabalhar sempre para que eles sejam positivos”, comentou Denise. “Inovação e ESG são dois temas intimamente ligados, não é possível separar esses dois conceitos”, apontou Borges. “Não venderei o nosso futuro pelo lucro fácil. Essa frase, que foi dita pelo fundador da Siemens, Werner von Siemens, ainda no século 19, é absolutamente relevante e, de certa forma, condensa o conceito de Sustentabilidade”, acrescentou Borges, que também citou a conhecida frase de Charles Darwin, que afirmava que quem sobrevive no meio ambiente não é necessariamente o mais forte, mas o que melhor se adapta. “Isso também se aplica às empresas: precisamos nos adaptar continuamente para sobreviver”, concluiu Borges.

O painel Como os desafios ESG estimulam inovações no Brasil contou com a mediação Denise Hills, diretora Global de Sustentabilidade da Natura, e participação de Fábio Passos, da Bayer, Celso Procknor Filho, da Braskem, e José Borges, Head de Inovação da Siemens no Brasil. Foto: Divulgação Siemens

Na sequência, aconteceu o painel Conectividade e Segurança Cibernética, com a apresentação de Márcia Ogawa, executiva da Deloitte Brasil e professora da Universidade de São Paulo. Ela citou um estudo realizado pela consultoria para traçar um panorama da conectividade no Brasil. “Existe um alto grau de maturidade sobre Internet das Coisas (IoT) no Brasil, porque nós nos antecipamos nesse tema, inclusive quando o assunto parecia precoce, por volta de 2015”, comentou Márcia. A especialista avaliou que esse avanço no conceito de IoT não deverá gerar conflito com o início das operações do 5G no Brasil. Márcia também abordou a questão da segurança em redes industriais, visto como fator mais importante para a adoção de redes públicas de 5G. Depois de sua apresentação, Márcia mediou uma conversa com Carlos Nazareth, da Inatel, e Ítalo Calvano, da Claroty, empresa da área de segurança cibernética que conta com capital da Siemens. “O 5G é uma revolução inclusive por viabilizar o mundo IoT para todos os segmentos da economia, além de aumentar a instantaneidade de uma rede de comunicação”, comentou Calvano, que também apresentou exemplos já efetivos do uso de tecnologia 5G na agricultura. Ao final, Márcia deixou uma mensagem aos participantes do evento. “Não tenham medo de inovar e investir em tecnologia nas suas empresas”, concluiu.

Painéis simultâneos 

No período da tarde, o Siemens Innovation Forum 2022 apresentou painéis paralelos em três pilares: Inovação na Indústria, Inovação na Infraestrutura e Inovação em Ecossistemas. O participante podia escolher entre três conteúdos simultâneos e participar de sessões sobre diversos temas: tecnologias na manufatura, energias renováveis, ESG, inovação junto a instituições de ensino, eficiência na distribuição de energia, entre outros.

Arthur Stringhini, diretor operacional da Zegla, Schmidt da Siemens, Luciano Pessoli, gerente da Sanmartin e Judenor Marchioro, Diretor da Robopac.

O painel Conectividade e uso de plataformas em máquinas, mediado por Schmidt da Siemens, trouxe Arthur Stringhini, diretor operacional da Zegla Máquinas; Judenor Marchioro, Diretor da Robopac; e Luciano Pessoli gerente da Sanmartin . Os palestrantes falaram sobre as mudanças de mercado e o que a indústria de máquinas está fazendo para se adaptar e responder às necessidades dos fornecedores de bebidas e alimentos. “O consumo migrou para outras bebidas e tivemos que mudar nossas linhas para atender o mercado. Os equipamentos precisam ser flexíveis para resolver as novas demandas”, explicou Arthur Stringhini.

Para Luciano Pessoli da Sanmartin, o comportamento do mercado de máquinas evoluiu muito nos últimos anos e as principais exigências são, principalmente, eficiência energética, design, ergonomia e flexibilidade.

Segundo Judenor Marchioro, para atender as novas exigências do mercado, a Robopac investe 6% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento. “Esse investimento tem o objetivo de fornecer equipamentos e serviços de alto valor agregado para nossos clientes”, garante o executivo.

 

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