E deverá consumir 12 mil toneladas de café e movimentar mais R$ 2,2 bilhões
Pesquisa realizada pelo Euromonitor Internacional e patrocinada pela Associação Brasileira da Indústria de Café – Abic sugere que a crise causa desaceleração do consumo no curto prazo, mas a ‘premiunização’ (categoria superior de café com grãos cuidadosamente selecionados e blends diferentes) se mantém como importante fator de consumo. E destaca três pontos importantes que merecem reflexão pelos interessados no setor: “Tradicional ganha espaço no curto prazo – por conta da crise e dos altos índices de desemprego, cafés tradicionais de preço mais baixo ganharam terreno na categoria de café em pó. Por outro lado, fontes confirmam que produtos de melhor qualidade seguirão firmes no longo prazo”. E, mais ainda, que: “Aumentos nos custos operacionais não afetam qualidade – apesar da contínua alta dos custos operacionais, fabricantes não tem alterado investimentos em qualidade, preferindo não repassar uma parcela dos custos ou optar por cortes de gastos administrativos”. E, o terceiro ponto: “Cápsulas continuam crescendo em ritmo acelerado – cápsulas apresentarão maiores taxas de crescimento global. Menor preço e crescimento do consumo dará impulso à categoria. Lançamentos inovadores em sabores e preços serão driver da categoria”.
No geral, os resultados da pesquisa indicam dados altamente positivos para o mercado de café em cápsulas. Hoje esse segmento corresponde a 0,6% do volume total consumido no Brasil, o que representa em torno de 980 mil toneladas. Até 2019, as cápsulas deverão chegar a 1,1% do consumo, ou seja, um crescimento médio anual de 15,3% de 2014 a 2019, podendo crescer mais de 100% nesse período. Dessa forma, espera-se que o mercado de cápsulas movimente R$ 2,2 bilhões com 12 mil toneladas de café até 2019. A pesquisa atribui esse crescimento a maior disponibilidade de cápsulas e também a preços acessíveis do produto, fatores conjugados que serão grandes impulsionadores desse consumo.
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O Relatório da pesquisa apresentado à Abic destaca também que a maioria dos consumidores entrevistados entende que a situação financeira atual não irá mudar o interesse pelo café, especialmente para os 58% dos pesquisados, que disseram que ainda não foram afetados pela crise, e, assim, se mostraram totalmente dispostos a manter o mesmo nível de consumo das marcas utilizadas. Em contrapartida, 41% dos que se disseram prejudicados pelo momento econômico do País manifestaram interesse em manter o consumo, mas com marcas mais baratas.
Outro aspecto importante relatado, que mereceu destaque nas conclusões da pesquisa, é que os consumidores que tomam café fora do lar tem maior poder aquisitivo e são mais atentos e exigentes quanto às qualidades do grão, suas origens e ainda percebem os diferentes blends. Nesse mesmo contexto da pesquisa, os cafés gourmet ganham mais atenção dos consumidores nas regiões urbanas.
Em relação ao consumo de café no lar, onde se procura praticidade e sabor, a pesquisa também apontou que as cápsulas continuam crescendo na preferência dos consumidores, inclusive nas cidades do interior do Brasil. E, entre os consumidores com maior poder aquisitivo, de um modo geral, a procura por cafés especiais também continua em ascensão. Segundo o Relatório, as ‘assinaturas’ de cafés e a disseminação de diferentes métodos de preparo tem contribuído muito para esse cenário crescente. De outro lado, em regiões com menor poder de compra, o café em pó ainda é o predileto. A pesquisa demonstra também que o tradicional coador de tecido está sendo ligeiramente substituído pelos descartáveis e cafeteiras elétricas.
Em relação especificamente ao volume de café consumido no Brasil, a pesquisa aponta que o nosso País possui grande participação de vendas de café no varejo se comparado a outros países. No Brasil o café manterá participação de 3,5% no consumo de bebidas do brasileiro no período pesquisado. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa mesma participação corresponde a 0,8%.