Luta contra o sedentarismo

homepicUma alimentação equilibrada é o tema da discussão proposta pela marca Nescau que resultou em importante estudo para o setor de lácteos

Com o objetivo de estimular a discussão sobre o sedentarismo infantil e sobre maus hábitos alimentares, principalmente, entre crianças e adolescentes, a marca Nescau, reuniu especialistas para debaterem o assunto.
O sedentarismo infantil vem causando graves impactos na saúde da população em todo o mundo. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2012, realizada com mais de 59 mil alunos do 9o ano, mostram que o hábito de assistir TV por períodos prolongados (mais de 2 horas/dia) – importante indicador do sedentarismo – atinge quase 80% dos estudantes. No total, 45,1% dos estudantes foram classificados insuficientemente ativos e 38% não mantêm hábitos alimentares importantes, como tomar café da manhã diariamente.
Para buscar soluções que possam contribuir com os pais na tarefa de proporcionar aos filhos o melhor desenvolvimento possível, a marca reuniu a hebiatra Dra. Lígia Reato, a nutricionista Elaine Rocha de Pádua, o especialista em medicina esportiva Dr. Victor Matsudo, e os esportistas Gustavo Borges e Sheilla Castro, em um bate-papo que integra diferentes perspectivas.Achocolatado e banana

Infância e adolescência: fases em que se formam os hábitos

De acordo com Lígia Reato, a infância é decisiva para a construção dos hábitos que a criança levará para a vida toda. Por isso, a participação dos pais é essencial, especialmente na transição para a adolescência, quando ocorrem importantes mudanças físicas e comportamentais.
“A adolescência geralmente causa uma ruptura, por isso o exemplo e a orientação dos pais são fundamentais no período que a antecede. Isso vale para a prática de atividade física e também para hábitos alimentares, como o de consumir regularmente um café da manhã balanceado. A primeira refeição do dia, o café da manhã, é a mais negligenciada nessa fase, quando o hábito se consolida”, alerta a Dra. Lígia.
Levantamento realizado no Brasil apontou que em 92% dos lares as famílias tomam café da manhã, porém a maioria (76%) não considera a refeição como uma das principais do dia. De acordo com a nutricionista Elaine Rocha de Pádua, vários motivos fazem com que o hábito de tomar café da manhã seja deixado de lado na adolescência. “Meninos costumam dormir um pouco mais e meninas levam mais tempo para se arrumarem para ir à escola. As consequências podem ser a falta de energia durante as aulas, pela ausência do aporte calórico necessário para manter a atividade metabólica adequada, e a falta de nutrientes essenciais às atividades diárias e desenvolvimento, como o cálcio, que participa da formação da estrutura óssea”, explica a especialista.
Segundo a nutricionista, o café da manhã é uma refeição muito importante para o consumo do cálcio, que pode ser encontrado em maior quantidade no leite e derivados. “No restante do dia, a alimentação não costuma oferecer o nutriente em quantidades relevantes, por isso a falta de um café da manhã pode ter impactos imediatos ou futuros no que diz respeito à ingestão de cálcio. Além de ser essencial para a formação óssea, esse mineral tem papel importante na contração muscular, e deve estar presente em uma rotina de atividades físicas”.
A nutricionista lembra que antes de praticar qualquer atividade física, crianças e adolescentes precisam de um café da manhã balanceado, que deve incluir uma porção de carboidratos como pães, bolos e cereais, (preferencialmente integrais), que fornecem energia ao organismo; uma porção de leite ou derivados como fonte de proteína e cálcio; e uma porção de frutas ou suco, que oferecem minerais, vitaminas e fibras.
Pesquisas apontam que o sabor é um fator essencial para que crianças e adolescentes consigam aderir a uma alimentação equilibrada. Desta forma, utilizar produtos que agreguem mais sabor ao leite, como achocolatados, que podem ainda ser fortificados e contribuir com importantes nutrientes, pode ser uma forma de estimular o consumo.

Atividade física e o desenvolvimento infantil

Uma pesquisa recente feita a pedido de Nescau com 840 crianças (com idade entre 8 e 12 anos) e 910 mães, mostrou que apenas 17% das mães incentivam os filhos ativamente a praticarem atividades físicas. Entre as entrevistadas, 60% acreditam que as atividades físicas estão presentes na vida dos filhos em uma boa intensidade e 19% se dizem insatisfeitas com esse aspecto. Mas a percepção sobre o sentido da atividade física difere entre mães e filhos. Para mães, a prática contribui para a responsabilidade e disciplina no futuro, enquanto para os filhos o aspecto lúdico é mais relevante.
Para a Dra. Lígia Reato é importante que todos os aspectos sejam levados em conta e os pais devem não só estar atentos ao que motiva os filhos, mas também ao papel da atividade física na fase de crescimento, quando a criança ganha peso e estatura. “A vida moderna impõe algumas dificuldades aos pais, que hoje têm uma rotina muito agitada, mas é importante que se estabeleça uma ligação da família com o movimento e que busquem possibilidades para que os filhos pratiquem alguma atividade física ou esporte. Nessa fase, isso poderá melhorar a relação com o próprio corpo ao passar por mudanças e contribuir para a autoconfiança”, diz.
Os benefícios da atividade física vão ainda além de questões como a manutenção de um peso adequado ou a colaboração para um crescimento adequado. O especialista em medicina esportiva Dr. Victor Matsudo ressalta que os estudos mostram vários mecanismos possíveis pelos quais a atividade física regular pode contribuir para um melhor desempenho acadêmico, incluindo habilidades de concentração e comportamento em sala de aula. A convivência em esportes coletivos, por exemplo, exercita ainda aspectos relacionados à cooperação, convivência, participação e inclusão.Menina copo de leite
O especialista alerta para a gravidade do quadro de sedentarismo entre as crianças. “O sedentarismo é definido pela falta de um mínimo de atividade física diária, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde deve ser de 60 minutos. Há estudos que apontam a necessidade de três horas de atividade física por dia, mas 70% a 80% dos escolares não atingem nem mesmo o recomendado pela OMS”, alerta.
Segundo o médico, o quadro tende a se agravar, pois as novas gerações estão crescendo ainda mais sedentárias. “Adolescentes de 16 e 17 anos são mais ativos do que os de 12 e 13, que são mais ativos que os de 9 e 10. No passado, a atividade ia diminuindo ao longo dos anos de vida, mas atualmente as atividades sedentárias estão alcançando as crianças cada vez mais cedo”, ressalta o Dr. Matsudo.
O especialista destaca que o contato com a atividade física na infância e adolescência é necessário para a qualidade na vida adulta. “Se não tiverem o prazer da experiência nesse momento, as chances de se tornarem adultos sedentários são 70% maiores. E com o esporte ou o que chamamos de atividades físicas estruturadas, a criança tem ainda mais chance de ser um adulto ativo, além de ter um melhor desenvolvimento cognitivo e motor”.

Experiências de sucesso

Com experiências em modalidades diferentes, Sheilla Castro e Gustavo Borges encontraram no esporte o caminho profissional, que começou com a dedicação ainda na infância. Para Sheilla, o esporte surgiu nas aulas de educação física na escola e colaborou de forma decisiva para seu desenvolvimento físico e social. “Eu sempre fui muito tímida e o voleibol me ajudou um pouco a superar isso. Comecei a jogar no colégio porque diziam que eu era muito magra e alta e tinha que praticar esporte. Desde então passei a jogar voleibol e não parei mais”, conta a jogadora que é Bicampeã Olímpica na modalidade.
Já Gustavo Borges experimentou outras modalidades, como vôlei e basquete, mas se encantou pela natação e teve o total apoio dos pais, que foi essencial para que ele seguisse carreira. No entanto, apesar de tratar-se de um esporte individual, Gustavo teve a oportunidade de trabalhar com equipes e acredita que embora sejam diferentes em alguns aspectos, aprendizados como a disciplina estão em práticas coletivas e individuais.

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