Movimento pode ser o marco para posicionamento
de uma nova força no mercado de cervejas no Brasil
O mercado de bebidas está em ritmo acelerado com mudanças quentíssimas. E, nesse mercado, as empresas sinalizam “que ninguém é de ninguém”. A briga pela preferência dos consumidores faz gigantes como Coca-Cola e Ambev mudarem o posicionamento para mercados outrora concorrentes. Como sabemos, mundialmente a Coca-Cola não autorizava que seus franqueados tivessem operações de bebidas alcoólicas.
Com alterações nos comportamentos e hábitos das pessoas e um mercado altamente volátil, as práticas empresariais precisam ser repensadas. Foi isso que fez a Coca-Cola ontem ao anunciar que dois de seus principais fabricantes no Brasil, Coca-Cola Andina e Coca-Cola FEMSA, chegaram a uma acordo para adquirir a fábrica e marca de cerveja artesanal Therezópolis.
Segundo o anúncio, este acordo faz parte das estratégias de longo prazo das empresas para complementar o portfólio de cervejas no Brasil. A transação ainda está sujeita ás condições habituais de aprovações e deverá ser concluída durante o terceiro trimestre deste ano.
Fundada em 1912, com sede em Teresópolis, Rio de Janeiro, e reaberta em 2006, a Cervejaria Therezópolis possui 8 rótulos de cervejas especiais. Possui pequena participação no mercado nacional, mas seus produtos têm alto valor agregado, uma garrafa custa em torno de R$ 13. A Therezópolis é uma fábrica charmosa localizada em uma região tradicional de cervejarias e cervejas artesanais de excelente qualidade.
A aquisição faz parte de um movimento já iniciado desde o rompimento do acordo de distribuição entre os engarrafadores de Coca-Cola e a Heineken que, posteriormente, foi retomado e deve terminar no final deste ano. A Coca-Cola busca um posicionamento novamente no mercado cervejeiro e a Therezópolis era uma oportunidade de negócio. Atualmente, a disputa pelo mercado de cervejas no Brasil, principalmente no mainstream, conta com Ambev, Heineken e Petrópolis. A compra da Therezópolis pela Coca-Cola ainda não dá escala suficiente para uma briga com essas três gigantes, mas mostra que tem gente grande no pedaço. A compra de novas tecnologias e ampliações deve ser um próximo passo importante para essa disputa e para o posicionamento definitivo de uma quarta força no mercado cervejeiro do país.
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