O avanço da vacinação e o controle da pandemia no Brasil trazem perspectivas de uma retomada para a indústria. O consumo fora do lar extremamente afetado no ano passado começa a apresentar números positivos. Bares e restaurantes cresceram 4,2% no segundo trimestre e o fast food teve aumento de 2,7%, segundo a Kantar. Apesar disso, é importante considerar as altas taxas de desemprego, inflação elevada e outros componentes da economia que comprometem a renda disponível dos consumidores. Dessa forma, a eficiência operacional assume papel extremamente relevante para equilibrar a equação do custo de transformação de acordo com as oportunidades apresentadas no mercado.
Ouvimos alguns especialistas e fabricantes de equipamentos e linhas de envase capazes de auxiliar nas melhores práticas de utilização desses ativos com o objetivo de atingir níveis excelentes de eficiência garantindo melhores performances operacionais. Perguntamos a eles:
Qual a importância da eficiência na operação da indústria de bebidas?
Denis Malterre, VP Sales South America • Sidel
Produtores em todo o mundo investigam as áreas possíveis de potencial economia; como o consumo das utilidades, assim como matérias-primas, energia, água etc.
Podemos citar 3 elementos ou parâmetros principais relacionados ao OEE, um não pode existir sem o outro. Isso nos ajuda a medir a produtividade de uma linha de produção:
• Disponibilidade: as linhas de produção devem estar disponíveis 24-7, SEM INTERRUPÇÃO. Quanto mais disponível um equipamento (tempo de atividade), significa que o equipamento funcionará mais e, portanto, produzirá mais.
• Desempenho: se o equipamento estiver disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e o desempenho for alto (operando com um excelente rendimento ou velocidade), a linha produz mais e o produtor será capaz de atender à demanda em menor tempo.
• Qualidade: agora, se nossa linha estiver disponível e funcionar em alta velocidade, devemos garantir a qualidade desses produtos que serão entregues aos consumidores. Se você pode executar 24-7, tem boa velocidade, mas seus produtos não são bons ao final, você terá que desfazer-se destes, produzir mais, gastar mais recursos/dinheiro e não chegará ao consumidor em tempo. E aí fica o risco dos consumidores procurarem outra opção disponível no mercado.
Luis Pino, Gerente de Treinamento Técnico e Service • KHS
Uma linha de produção com maior eficiência atende a demanda em um tempo menor, reduzindo com isso todos os recursos variáveis da produção, como: mão-de-obra, energia e utilidades em geral.
Para se obter alto índice de eficiência nas linhas de engarrafamento é preciso considerar os fatores do Gráfico V, pois essa definição de velocidade das máquinas define o grau de utilização correta dos acúmulos da linha pois irá trazê-los às condições ideais no tempo calculado pelo projeto. Também deve-se focar na Disponibilidade individual das máquinas, afinal todos os acúmulos da linha e as sobrevelocidades das máquinas são projetados em função do MTTR e MTBF das máquinas. Por último, mas não menos importante, tem que focar também na velocidade dos trechos de transportadores que garantem o correto tempo de acumulação entre as máquinas e em não excedendo a velocidade máxima definido pela estabilidade da garrafa/lata, que depende do formato de cada tipo de garrafa/lata, reduz a incidência de garrafas/latas tombadas, reduzindo muito a eficiência da linha, entretanto essa é uma causa fácil de ser percebida.
Marcelo Cozac, Diretor • McPack Equipamentos
Eficiência na operação é muito importante, principalmente pela redução de custo do processo.
Quanto maior a eficiência, menor o custo com mão de obra, energia elétrica, água e demais utilidades. Tanto eficiência de máquina, como eficiência na realização de manutenções preventivas e de programação de produção.
Um correto planejamento de produção evita paradas não programadas para CIP e lotes bem dimensionados. Planejamento de produção agora é mais que fundamental.
Arthur Stringhini, Diretor • Zegla
A eficiência é fator de sobrevivência do negócio, pois ela permite que as empresas se mantenham competitivas no mercado em que operam.
Para a indústria de bebidas alcançar eficiência produtiva, energética e hídrica, deverá implantar, avaliar e melhorar todos os processos internos utilizando linhas de envase e equipamentos de alta performance.
Jeferson Stamborowski,
Gerente de Desenvolvimento F&B • Sartorius do Brasil
A competitividade nos diversos segmentos industriais tem estimulado as organizações a desenvolverem formas de tornar suas operações e processos produtivos cada vez mais eficientes e com maior produtividade.
A eficiência em uma operação pode melhorar uma série de resultados como a diminuição de paradas não programadas, aumentar o intervalo médio entre falhas e na eficiência mecânica das máquinas, por exemplo.
Desta maneira, a eficiência contribui para a geração de resultados positivos ao processo, permitindo ganhos de produtividade e redução de custos com a melhoria dos indicadores.
Um dos pais da “TPM (Total Productive Maintenance)”, Seiichi Nakajima, foi quem introduziu o conceito de OEE (Overall Equipment Effectiveness), com o objetivo de medir a eficiência dos equipamentos, o que mais tarde, tornou-se componente fundamental da TPM.
Na indústria de bebidas, qualquer máquina com um sinal elétrico básico pode ser fabricada para extrair dados OEE.
Informações como tempo de execução, tempo de ciclo e contagem de peças, todas são muito valiosas para otimizar o processo de fabricação. Disponibilizar essas informações em tempo real para respostas rápidas ou relatórios históricos de iniciativas enxutas é excepcionalmente útil.
Homero Guercia, CEO • Guercia & Guercia Consultoria
Eficiência é sempre importante, pois impacta no custo do produto.
É sempre importante reduzir os tempos de setup e aproveitar possíveis ociosidades para corrigir falhas e deteriorações de equipamentos, bem como eliminar ou reduzir os pontos dos equipamentos de limpeza deficientes e de difícil acesso.
Paulo Teixeira,
Gerente Comercial • Mayekawa
Da redução dos tempos de paradas ao aumento de produção, não existe maneira mais rápida de aumentar a performance da empresa do que otimizar os processos. Dada a complexidade dos ambientes, apontar onde e como fazer essas melhorias ou otimizações nos processos pode ser um desafio grande. Atrasos na produção podem aparecer, processos podem ser interrompidos por qualquer razão e paradas podem ocorrer em frações de segundos. Capturar esses eventos, antes que os efeitos se tornem graves, requer um conjunto de soluções e ferramentas, como no caso da refrigeração, que é fundamental para o processo de bebidas, e que deve ser eficiente, altamente confiável e com um excelente custo-benefício.
Estudos internacionais apontam que o OEE é de 60% na média. Contudo, o percentual sobe para 85% nas empresas de melhor desempenho. Isso significa que existe margem segura para um aumento na produtividade de grande parte dessas fábricas. Sem contar que se a média é de 60%, algumas estão abaixo. Além disso, a medição dos parâmetros citados (disponibilidade, performance e qualidade) permite aos responsáveis a identificação objetiva e mensurada dos gargalos da produção. Sabendo exatamente os detalhes que mais influenciam sobre a eficiência, eles podem se concentrar em resolver prioridades.
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