Empresas, Academia e Governo devem trabalhar juntos para a agenda ESG & I
Por Alaercio Nicoletti
Mostra-se fundamental a integração entre os membros da tripla hélice da Sustentabilidade & Inovação, sejam os mundos empresarial, acadêmico e governamental, para orientarmos um novo momento para o país. Cabe às empresas gerarem iniciativas que promovam a sustentabilidade dos negócios, com propósitos genuínos no âmbito socioambiental e de governança, sem esquecer nesse último tópico a manutenção da rentabilidade organizacional, à academia proporcionar mão-de-obra e estudos que gerem avanço científico e tecnológico, e ao setor público o apoio, o incentivo e o fomento aos projetos genuínos e que contribuam efetivamente para a sociedade e para o planeta.
Como exemplo, o projeto Circularidade do Vidro, que envolve investimentos na ordem dos R$ 5 milhões, só se mostrou possível e viável com o acionamento da indústria, o Grupo Petrópolis que levou a ideia de eliminar embalagens de vidro em lixões ou aterros sanitários; de instituições profissionais / acadêmicas como o SENAI e a Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e instituições públicas como o EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), que participam com o fomento.
Outra iniciativa que vale destacar é o desafio recém-lançado em outubro para gestão dos resíduos no Vale do Ribeira (https://maozinhaverde.com.br/hackathon), que conta com a maior extensão nacional de Mata Atlântica e tem vários desafios para viabilizar ações socioambientais envolvendo as prefeituras da região, instituições que atuam em sustentabilidade como o Mãozinha Verde, que organizou a iniciativa, instituições como a Fundação do SOS Mata Atlântica e empresas da região.
Veja também
Nesse sentido de fortalecimento da integração da tripla hélice, a Engenharia de Produção do Mackenzie organizou, recentemente, o primeiro encontro de lideranças ESG, sigla que em português significa Ambiental, Social e Governança, justamente com o intuito de integrar as instituições para a discussão de uma agenda comum, tendo como objetivo o ganha-ganha para as instituições e, sobretudo, para a sociedade e o planeta. O encontro contou com lideranças empresariais, de instituições como a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), além de representante da Secretaria de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, representando o setor público.
Em resumo, existem incentivos e fomentos governamentais disponíveis, como a Lei do Bem, que podem ser usados na agenda ESG & I (Sustentabilidade e Inovação), além de outras formas como a cooperação técnica e financeira ligada a ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia), como são qualificadas muitas unidades do SENAI, ou mesmo o EMBRAPII supracitado. No que tange às Universidades, também há movimentos e ações como o da Escola Politécnica da USP para a produção de hidrogênio a partir de etanol (https://jornal.usp.br/institucional/cidade-universitaria-tera-a-primeira-estacao-de-hidrogenio-renovavel-a-partir-do-etanol-do-mundo/), ou do próprio Mackenzie no projeto do Vale do Ribeira. Em relação às iniciativas corporativas, as empresas têm realizado diversas iniciativas, sejam internamente em cada organização, ou com outras empresas e instituições. Vale citar as Missões do SENAI com as indústrias (https://www.portaldaindustria.com.br/canais/plataforma-inovacao-para-industria/categoria/missao-industrial/) e dos Movimentos da Ambição 2030 do Pacto Global (https://pactoglobal.org.br/movimentos), normalmente em conjunto com outras organizações, instituições e suporte das iniciativas governamentais.
Sustentabilidade e inovação caminham juntas, visto que há necessidade de soluções além das melhorias em processos e produtos, que sempre são bem-vindas. A tripla hélice vem para fortalecer essa prerrogativa, sendo que a parceria empresas, academia e governo pode viabilizar e agilizar a agenda do ESG, assegurando os pilares social, ambiental e de governança e, proporcionando, adicionalmente, a viabilidade econômica para a perenidade das instituições privadas.
* O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie.