A sustentabilidade tão necessária para a sobrevivência do Planeta tem o poder de moldar o futuro de alimentos e bebidas. Uma oportunidade para novos negócios e que vai demandar inovação, pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos em toda a cadeia produtiva.
Ela destrava investimentos de mais de 300 trilhões de dólares
Por Carlos Donizete Parra
O futuro é verde! Ouvimos muito essa frase, mas passado alguns anos esse futuro ficou bem mais difícil de ser alcançado. Certeza é que temos que fazer nossa parte por um planeta mais saudável, justo e possível de se viver. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas) estabelecem metas essenciais para um futuro menos catastrófico para a sociedade com prazos que exigem ações rápidas e imediatas para o cumprimento desses objetivos.
Esses são alguns dos motivos que fazem as agendas de ESG das empresas ficarem mais e mais importantes. O tema sustentabilidade faz parte das conversas e do propósito das novas gerações e, dessa forma, deve ser prioridade nas estratégias de negócios.
Sustentabilidade é um fator de competitividade das indústrias, impactando diretamente nas pesquisas para o desenvolvimento e lançamento de produtos no mercado. O mundo opera num modelo de produção com grandes riscos para o planeta.
Segundo estudos da EY, líder global em serviços de auditoria, impostos, transações e consultoria, a agenda de sustentabilidade destrava investimentos de mais de 300 trilhões de dólares, sendo um dos principais catalisadores de negócios para os próximos anos.
Ê uma agenda fantástica de oportunidades em que o grande risco é não participar dela.
Não existe mais espaço para produtos e empresas fora da agenda sustentável.
Inovação e sustentabilidade
O relatório Macrotendências Alimentos & Bebidas 2024, desenvolvido pela Pande Consultoria de Marca, faz um mapeamento ao redor do mundo de empresas com mind set voltado para inovação e sustentabilidade. Uma inspiração para empresas e empreendedores de todos os lugares.
Essas Macrotendências foram divididas em cinco pilares: Performance Mental, Alimentos Regenerativos, Veganizacao dos Clássicos, À Prova de Clima e Iniciativas Sociais.
Segundo o relatório, a nutrição será uma ferramenta valiosa para ajudar a gerenciar os níveis de estresse, otimizar a função cerebral e a capacidade cognitiva das pessoas.
No Brasil, o consumidor já dá claros sinais de que esses fatores influenciam suas decisões de compra. Marcas como Nestlé e Danone colocam-se como protagonistas em um mercado com enorme potencial de crescimento.
O YoPro da Danone ganhou recentemente a versão Energy Boost para oferecer não apenas proteínas, mas também cafeína, para proporcionar energia e foco durante os treinos e no dia a dia das pessoas.
Bebidas com essas características e formuladas com diferentes ingredientes como ginseng, vitamina B, chá verde, taurina e outros, são fundamentais para conquistar as novas gerações de consumidores.
A marca americana RIFF lançou uma bebida à base de plantas feitas com a cáscara do café reciclada. Adicionada de suco de frutas, a bebida é um energizante poderoso e que combina as práticas de sustentabilidade que avançam para um futuro regenerativo onde ser sustentável já não será suficiente, é preciso não causar impactos ambientais e dar nova vida aos materiais reutilizando-os e, assim, ajudando no processo de recuperação do meio ambiente.
Seguindo essa tendência, novos alimentos e embalagens surgem na Europa e Estados Unidos com objetivo de atender as necessidades de grupos específicos de consumidores.
Outro pilar do estudo trata do veganismo, onde podemos incluir também os flexitarianos, um público crescente que demanda alimentos e bebidas diferenciados.
Nesse segmento aumentam as oportunidades para os produtos de origem vegetal. Uma área que cresce há vários anos e que, sem dúvida, trará ainda mais inovação além das muitas já existentes, inclusive no Brasil.
Por aqui, os leites e carnes vegetais são sucesso e fazem parte do cardápio de restaurantes e das refeições diárias de um número cada vez maior de pessoas. O Burguer King está testando lojas exclusivas com produtos vegetais em várias partes do mundo. As lojas têm caráter temporário de acordo com a resposta do consumidor local.
Vimos e sentimos, nos últimos meses, os efeitos climáticos devastadores que teremos que conviver daqui para frente. Reduzir esses impactos torna-se mais importante a cada dia para toda a sociedade. Precisamos estar conscientes da nossa parte nesse processo e cabe muito às marcas um posicionamento mais firme para recuperação do planeta.
Há quem veja isso como um problema, mas também existem aqueles que preferem enxergar a situação como uma oportunidade de negócio. Dessa forma, algumas marcas já desenvolveram produtos que ajudam o organismo a resistir às variações de temperatura em ambientes desafiadores. Entre esses produtos estão refeições liofilizadas e embalagens que podem se decompor nas condições climáticas extremas sem causar impactos ambientais.
E, por último, num ambiente tão hostil como vivemos com guerras e situações de extrema pobreza espalhadas pelo mundo, as iniciativas sociais são cruciais para a melhoria das condições de vida e das relações das pessoas. Um aspecto bem interessante nesse sentido é o consumo de produtos locais. Esse sistema conecta consumidores, varejo e indústria numa rede de distribuição mais sustentável e inclusiva. O comércio local tem a capacidade de gerar oportunidades para pequenos empreendedores e, inclusive, para as grandes marcas que entenderem essa questão como uma nova ordem na economia e nos negócios no cenário mundial.
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