Novos hábitos de consumo

A Pandemia vai provocar mudanças nos hábitos de consumo da população, principalmente nas capitais e cidades com maior concentração de pessoas. As empresas precisam estar atentas para atender às novas demandas com agilidade e qualidade. Novos negócios e a digitalização do varejo já estão no dia a dia da população. O delivery virou a bola da vez para o comércio, assim como as vendas online e até mesmo o drive-thru em padarias, quitandas, farmácias e outros tipos de estabelecimentos. É o comércio se reinventando para passar essa crise e chegar á retomada ainda mais forte. A indústria também procura suas ferramentas para continuar trabalhando, mesmo que em ritmo menor. O importante agora é manter o máximo possível de atividade, sempre garantindo as condições de segurança para os colaboradores. Alguns setores como água mineral, lácteos, sucos, café e outras bebidas seguem trabalhando e também cumprindo com o papel social de ajudar os mais vulneráveis nesse período de pandemia.

Café em ritmo normal

No setor de café, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) informou que o abastecimento de café no mercado interno segue normalmente. O recebimento de matéria-prima está regular, o que garante a fabricação das indústrias associadas à ABIC, que representam mais de 85% do café industrializado no Brasil.

Em relação ao consumo, haverá uma redução nas vendas ao food service, já que as pessoas não podem frequentar cafeterias, padarias, bares e restaurantes, mas por outro lado deve aumentar o consumo doméstico, onde as famílias estão passando a maior parte do tempo.

Suco de laranja ganha destaque

O suco de laranja é outro produto em destaque e onde se registra uma tendência mundial de crescimento no consumo da fruta, que pode auxiliar no aumento da imunidade. Consumidores no mundo todo buscam formas de melhorar a imunidade e os citros são alimentos ricos em vitamina C. A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo mínimo de 45 mg/dia desta vitamina, que é atingido com a ingestão de uma laranja.

De acordo com Ibiapaba Neto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), há evidências de que a demanda por suco de laranja aumentou no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos e Europa. Dois motivos que podem estar relacionados a esta mudança são a procura por um produto rico em vitamina C e a antecipação de compras por parte de alguns consumidores que já adquiriram uma grande quantidade de alimentos.

Para ele, os benefícios do consumo da laranja em um momento como esse, reforçam ainda mais a importância do setor de se manter 100% ativo: “Toda a cadeia continua funcionando normalmente, seguindo todas as recomendações oficiais dos órgãos públicos de saúde. Temos que viver um dia de cada vez e nos mantermos atentos, sempre com o espírito de que o nosso agro não pode parar”.

O cenário pode ser favorável à produção de São Paulo, principal produtor de laranjas e principal exportador de suco de laranja do mundo. Levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, indica que, no mercado internacional, já se observa uma recuperação expressiva dos preços do suco de laranja. Segundo os pesquisadores do Instituto, era observada uma tendência de baixa do preço do suco no mercado internacional e, a partir de 20 de março, foi percebida uma recuperação expressiva. Como os estoques de suco não estão baixos, esse aumento pode ser explicado pelos efeitos do aumento da demanda.

O Estado de São Paulo é o maior produtor mundial de laranja, tendo na safra agrícola 2018/2019 colhido mais de 13,6 mil toneladas, produção 5% superior a quantidade da safra de 2017/2018, quando a produção foi de 13 mil toneladas, aproximadamente.

A laranja para a indústria é o terceiro principal produto agropecuário produzido pelo Estado em valor de produção, totalizando em 2019 R$ 5 bilhões. Embora grande parte do suco de laranja produzido no Brasil seja exportado, o consumo interno de suco NFC (suco pasteurizado, não concentrado) tem aumentado consideravelmente.

Produção de qualidade
Uma clientela cativa, conquistada ao longo dos anos, tem garantido aos produtores paulistas de laranja de mesa o escoamento da sua produção. Esta é de certa forma uma boa notícia, pois na ponta da cadeia (que vai do plantio à comercialização) os consumidores andam ávidos por vitamina C.

Prevenção
Reforçar o consumo de laranja e outros alimentos com vitamina C para melhorar a imunidade tem sido um recurso adotado por parte da população para aumentar a imunidade e auxiliar no combate ao Covid-19. No entanto, só isso não basta. Seguir as normas das autoridades do Estado são medidas essenciais para reduzir o contágio.

A nutricionista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, Sizele Rodrigues, que atua na Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), destaca que consumir até 200 mg/dia do nutriente também é extremamente recomendável para manter o sistema imunológico em alta, sendo essa quantidade facilmente alcançada em dois copos de suco natural da fruta.

“Além de manter uma alimentação saudável e equilibrada, outros hábitos como a boa hidratação, com o consumo mínimo de 2 litros de água por dia; a manutenção do sono; o controle do stress e a prática regular de exercícios físicos são fundamentais para o bom funcionamento do sistema imunológico e, consequentemente, para a prevenção de doenças”, afirmou Sizele.

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