Crise do metanol derruba consumo de álcool fora de casa

Diminuição foi relatada por 69,3% dos respondentes do estudo

No terceiro trimestre de 2025, a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol provocou queda da categoria no consumo fora do lar. Além da retração de 0,8% em unidades, o episódio derrubou a penetração de bares, boates e baladas em 6% em relação ao mesmo período de 2023. Trata-se do menor patamar já registrado pelo estudo Consumer Insights, da Worldpanel by Numerator.

O impacto foi direto sobre o comportamento do consumidor: 69,3% afirmam ter reduzido ou modificado o consumo de álcool fora de casa após o incidente; 37,5% migraram para bebidas não alcoólicas; e 15,1% deram espaço para alternativas como cervejas e drinques prontos. Com isso, na comparação entre o terceiro trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, bares, boates e baladas perderam 3,9% em contribuição de unidades.

Em contraste com esse cenário, pratos e refeições seguem como a categoria mais resiliente. Mesmo com elevação de 13,1% nos preços médios totais do consumo fora do lar, o segmento avançou 1,8% em contribuição de unidades no comparativo anual. A classe C, que concentra consumo associado ao período de trabalho, foi decisiva para essa sustentação, impulsionando também bebidas não alcoólicas.

O caráter essencial das refeições no dia a dia ainda é reforçado pela busca crescente por saudabilidade – atualmente responsável por 69% das razões de consumo -, que vem incorporando até categorias antes consideradas indulgentes, como cervejas sem álcool ou sem glúten, cujo crescimento é quatro vezes superior ao das opções tradicionais.

No panorama geral do consumo fora do lar, o acumulado do ano aponta alta de 25,1% nas ocasiões, estimulada pela fragmentação das compras, que cresceu 9,7% em unidades por visita. O avanço, contudo, perde ritmo: após queda de 9,6% no segundo trimestre, o volume recuou mais 2,6% no terceiro, influenciado pela sensibilidade ao preço e pela moderação do consumidor em um contexto econômico ainda desafiador.

“O terceiro trimestre de 2025 indica desaceleração, com queda no volume de unidades e forte impacto do aumento de preços, especialmente em categorias sensíveis como bebidas alcoólicas. A correlação negativa entre preço e volume vendido revela alta sensibilidade do consumidor, evidenciando a volatilidade do OOH e a necessidade de adaptação constante nas estratégias de compra”, afirma Felipe Feniar, Gerente de Contas da Worldpanel by Numerator.

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