Nova unidade já está operando em plena capacidade fabricando
o portfólio completo para a região
Por Carlos Donizete Parra
A Coca-Cola Femsa retomou a operação completa da nova unidade de Porto Alegre quase um ano após a tragédia ocorrida em maio de 2024.
Naquele fatídico final de semana de maio, em poucas horas, a fábrica ficou completamente tomada pela água, o que exigiu a parada completa e imediata da operação. Por mais de 30 dias, a fábrica ficou totalmente submersa pela água a uma altura impressionante de 3,30 metros ocasionando a perda total de equipamentos, caminhões, insumos e outros ativos da empresa.
“Felizmente não perdemos ninguém nas enchentes e essa foi nossa maior preocupação logo nos primeiros dias depois de encontrarmos a fábrica totalmente embaixo d’água”, lembra Vinicius Micai Nunes, Diretor de Manufatura da Coca-Cola Femsa. A empresa fez contato com todos os colaboradores para saber como estavam e se necessitavam de ajuda. Foram duas semanas para encontrar todos e resolver as emergências.
Paralelamente, foi realizado um plano de ações humanitárias que incluiu a doação de mais de 1 milhão de litros de água e R$1,5 milhão em apoio emergencial com a doação de alimentos e outros itens de primeira necessidade fundamentais para a retomada do dia a dia das pessoas.
A Femsa também ofereceu suporte a mais de 10 mil pontos de venda parceiros e 2 mil catadores de recicláveis em todo o estado.

A distribuição do portfólio da unidade
de Porto Alegre foi rapidamente compensada
por outras unidades como Santa Maria,
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Distribuição em tempo recorde
Logo após ao atendimento emergencial foi desencadeada uma “estratégia de guerra” para garantir a disponibilidade de produtos aos consumidores atendidos pela unidade de Porto Alegre. A empresa contou com o apoio efetivo de outras unidades no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e México para o abastecimento mais urgente de produtos.
“Fizemos a implantação de um novo Centro de Distribuição em apenas 7 dias, uma coisa sem precedentes que em mais de 34 anos de empresa nunca tinha vivido”, explica Mário Schafaschek, Diretor de Supply Chain da Femsa Coca-Cola. “Isso só foi possível com muita dedicação, engajamento e total superação da equipe que, ao final, resultou na imediata distribuição dos nossos produtos ao mercado”, completou Schafaschek.
Outros centros de distribuição foram alugados e o volume perdido da unidade de Porto Alegre começou a chegar de fábricas como Santa Maria, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também houve a importação de produtos das unidades do Uruguai, Argentina e Paraguai.
Na unidade, destruída pelas chuvas, iniciou-se o processo de verificação dos prejuízos, rescaldo e posterior limpeza do prédio e instalações. Concluído esse processo chegou o momento de uma grande decisão: manter ou não a operação da fábrica de Porto Alegre?
“A decisão foi rápida e muito clara. A Femsa tem raízes em Porto Alegre e essa catástrofe não vai nos afastar do povo gaúcho”, lembra Micai. A unidade de Porto Alegre é a terceira maior do Brasil, atrás apenas de Jundiaí e Itabirito. A partir desta decisão aconteceu a reconstrução em tempo recorde da nova unidade de Porto Alegre que culminou em uma fábrica ainda mais moderna e bonita do que aquela destruída pela enchente.

Em um primeiro momento, a ideia foi substituir
e retrofitar os equipamentos para retomar a operação. Mas, identificamos a oportunidade
de evoluir tecnologicamente e preparar
a unidade para os próximos 20 anos,
Vinícius Micai, Coca-Cola Femsa
Que baita volta Tchê!
Dez meses depois, com muita resiliência e superação, a fábrica retomou plenamente a produção com tecnologia de ponta e muita história para contar. Sair do zero e voltar à plena carga de produção em tão curto espaço de tempo é um feito histórico e sem precedentes no mundo das bebidas.
O investimento para a reconstrução e operação plena da unidade foi de aproximadamente 675 milhões de reais. São mais de 22 mil posições de estoque, novos depósitos de açúcar e matérias-primas, seis linhas de envase, novas xaroparias, áreas completamente robotizadas e com alto nível de automação.
A catástrofe deu origem a um processo de reformulação e modernização da unidade com o objetivo de tornar a operação preparada para o futuro. “Em um primeiro momento, a ideia foi substituir e retrofitar os equipamentos para retomar a operação. Mas, identificamos a oportunidade de evoluir tecnologicamente e preparar a unidade para os próximos 20 anos”, explica Micai.
Segundo o diretor da Femsa, a unidade tinha deficiências na xaroparia e, por isso, a modernização permitiu o investimento em uma xaroparia com maior capacidade, mais eficiente e com flexibilidade para produção de um portfólio amplo de produtos. A unidade também tinha sérios problemas com o piso e isso também foi resolvido com a reconstrução que seguiu todas as normas necessárias para operações industriais no setor de bebidas e alimentos.
Além dos investimentos na área fabril, a Femsa iniciou o projeto para proteção murada de todo o entorno da nova unidade. Trata-se de um projeto bastante complexo porque precisa garantir estanqueidade total numa região difícil, com solo muito encharcado. A proteção contempla fundações, muros e um sistema de canalização na área total da fábrica. O projeto aguarda aprovação dos órgãos competentes para início da construção.
Outras implementações importantes da nova unidade são o sistema de inspeção de última geração com 15 inspetores instalados, além de equipamentos de fim de linha 100% robotizados garantindo mais eficiência, produtividade, flexibilidade de produtos acabados e redução com custos de manutenção.
A planta ficou ainda mais sustentável com a im- plantação de tecnologias e processos que possibilitam a redução do consumo de água e energia passando de 2,5 litros para 1,37 litro por litro de bebida produzida. A capacidade total da fábrica já atingiu mais de 10 milhões de caixas mensais.

“Fizemos a implantação de um novo Centro de Distribuição em apenas
7 dias, uma coisa sem precedentes que em mais de 34 anos de empresa nunca tinha vivido, Mário Schafaschek, Coca-Cola Femsa
Desafios e aprendizados
Os muitos desafios da construção dessa nova unidade foram superados e entram como aprendizado importante para a equipe envolvida nesse processo.
“A fábrica de Porto Alegre foi totalmente reconstruída por nossos colaboradores em tempo recorde. Cada colaborador trabalhou na reconstrução, independente da sua posição de origem, seja na manutenção, nas linhas de envase, no corporativo da unidade, eles incorporaram o espírito gaúcho e construíram uma fábrica para o futuro. Isso também é fruto da parceria com nossos fornecedores e parceiros que contribuíram para esse momento único na história da Femsa.
E, por isso, celebramos com muito orgulho essa retomada de produção”, enaltece Mário Schafaschek, Diretor de Supply Chain da Coca-Cola Femsa.
O futuro aponta agora para um crescimento sustentável apoiado nas conquistas de superação e resiliência demonstradas pela equipe Femsa de Porto Alegre e de todos que contribuíram para essa retomada em tempo recorde e com força total.

Superação e competência da equipe resultou em uma fábrica mais moderna e pronta para os próximos 20 anos
“Uma reconstrução com esses resultados só acontece porque temos na Femsa um ambiente de muita confiança entre as pessoas. Temos um time que confia um no outro. Falamos e aplicamos a segurança psicológica, um método que permite que você tenha liberdade para falar o que está pensando, desafiar o status quo, não ter medo de errar. Nós construímos esse ambiente de segurança e confiança entre as pessoas e, por isso, o trabalho por aqui flui. Sei que posso confiar na equipe e o contrário também. Isso é compartilhado entre todos, inclusive com a alta direção. Tivemos o apoio total da alta direção para realização do projeto desde o início até o final das obras”, finaliza Vinicius Micai.
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