Vinícolas criam blend inusitado com três uvas produzidas em regiões do Rio Grande do Sul
Uma ideia que surgiu da conversa informal entre amigos resultou em um produto especial para as vinícolas Arteviva e Avvocato, localizadas no Vale dos Vinhedos e Monte Belo do Sul, na Serra Gaúcha. A criação de um novo vinho é fruto do corte entre uvas tannat, cabernet franc e pinot grigio.
O resultado é um vinho totalmente distinto, conforme explica o proprietário da Arteviva. “Esse corte celebra a pluralidade, nossa liberdade em criar vinhos. O produto é totalmente diferente, possui algumas nuances de vinho do Porto e Alvarinho, de Portugal”, diz Giovanni Ferrari.
O novo vinho é composto por 50% tannat, 25% cabernet franc e 25% pinot grigio. A novidade já foi produzida e está na fase de estabilização – quando o armazenamento faz com que características sutis se acentuem. A bebida traz tons de casca de laranja e frutas cristalizadas aliadas à tanicidade do tinto. A parte da tonalidade laranja é o ponto forte da vinícola Avvocato que possui entre seu catálogo de vinhos especiais, o Pinot Grigio.
“Os 25% do vinho que pode ser considerado como laranja é oriundo da pinot grigio (variedade branca) e foi produzido com maceração das cascas durante os processos de fermentação. Com isso, o aroma é de extrema complexidade e bastante persistente no paladar. O Giovanni (Ferrari) e eu pensamos, testamos e nos encantamos com o resultado!”, comemora Ralph Hage, fundador da Avvocato.
Edição será limitada a 1.300 garrafas
Veja também
De acordo com Ferrari, serão confeccionadas 1.300 garrafas e não há a intenção de aumentar a quantidade. O lote especial estará à disposição do consumidor nas lojas e sites das duas vinícolas. O nome do rótulo ainda está sendo estudado pela dupla.
Vinho em colab é mais comum fora do Brasil
As vinícolas estão localizadas a cerca de 30 quilômetros de distância uma da outra, mas a proximidade não fez com que Ferrari e Hage se considerassem concorrentes. Conforme Ferrari, as duas são vinícolas-boutique com foco em vinhos de alta qualidade, pequenas produções e estão em busca de um objetivo em comum: demonstrar que o Brasil pode produzir excelentes vinhos.
“Fora do Brasil, vemos mais cooperações. Esse vinho vem para brindar a parceria, uma nova fase em que as gerações conseguem crescer juntas e unir potencialidades”, considera Ferrari.
“Não me convidaria (para o projeto) se não achasse que eu poderia contribuir de alguma forma e eu não aceitaria se não fosse trabalhar com alguém que admiro e que acho que tenho muito a aprender. Minha única exigência foi pedir que fizéssemos algo realmente diferente e inovador”, afirma Hage.
Siga-nos nas Redes Sociais: