Sustentabilidade é condição essencial na escolha da lavadora
Carlos Donizete Parra e Paulo Villas
As indústrias de bebidas estão com vários projetos em desenvolvimento na direção do ESG com conceito de Economia Circular. Entendemos ser este um caminho sem volta que é visto como de alta prioridade pela sociedade e stakeholders.
“A compra de uma nova lavadora deve considerar uma integração e otimização de todo o processo de lavagem e enxágue das garrafas, diminuindo a necessidade do consumo de água e vapor para suprir às necessidades do equipamento, além de considerar sempre o aumento da vida útil das embalagens de Refpet”, acredita Gileno Correia, Diretor Industrial da Solar Coca-Cola.
Nos últimos anos, os engarrafadores estão mais exigentes em relação às lavadoras de garrafas, principalmente em questões como flexibilidade, performance e redução de consumo. Essas são necessidades preponderantes para se adequar aos tempos atuais, exigindo também melhorias nos quesitos sustentabilidade e segurança.
“Com respeito a sustentabilidade, além da redução de consumos, existe a necessidade de que o equipamento facilite outras atividades relacionadas com a gestão do meio ambiente da fábrica. Neste caso, a nova geração de lavadoras da Sanmartin foi desenvolvida com tanques significativamente menores e um novo sistema de filtragem da solução cáustica autolimpante, três vezes mais eficiente ao convencional, conseguindo diminuir a carga de trabalho da estação de tratamento de efluentes. No aspecto segurança, trabalhamos muito no desenho do equipamento para cuidar da segurança e ergonomia das atividades relacionadas com a operação e manutenção, destacando a diminuição dos trabalhos em altura, a operação simplificada e segura da mesa de carga e a acessibilidade aos equipamentos de medição e controle”, explica Bernardo Sanmartin.
Para a Liess, a consequência de todas estas novas exigências foi o desenvolvimento da geração EcoLine. “Inclusive fornecemos uma lavadora com aquecimento por água quente para uma moderna fábrica da Coca-Cola que tinha como princípio não ter redes de vapor como parte de um projeto integrado de economia de energia”, exemplifica Anselmo Parisenti.
A Krones registrou um aumento na procura por lavadoras de garrafas tendo como foco a sustentabilidade. “Realmente, muitos clientes estão buscando substituir ou realizar upgrades em seus equipamentos de modo que possam reduzir o consumo de água e químicos da máquina, porém sem perder a qualidade na extração de rótulos e limpeza das garrafas. Esses equipamentos são atualmente os maiores consumidores das linhas. Para as fábricas do futuro serão um ponto de grande atenção”, diz Fábio Bozeda, da Krones do Brasil.
O que considerar na compra da lavadora de garrafas?
Suponhamos que um engarrafador de bebidas esteja desenvolvendo um projeto para a compra de uma nova lavadora de garrafas. Não é um projeto simples porque envolve toda a fábrica e o equipamento deve estar integrado com toda a linha de engarrafamento, além de resolver as necessidades da fábrica de acordo com a demanda de produtos. Ouvindo fabricantes e usuários vários atributos foram citados, entre eles garantia de qualidade e produtividade, confiabilidade e custo operacional, incluído consumo de insumos, energia e custos de manutenção.
“Levar em conta apenas o custo do investimento inicial em um equipamento que representa uma parcela importante dos custos de operação e que tem vida útil de mais de 20 anos é um equívoco que pode representar um grande prejuízo ao longo do tempo”, pondera Anselmo Parisenti.
Veja também
E, ainda na questão do investimento, o executivo diz que “o preço baixo deve ser analisado de forma mais ampla e comparativa. Se considerarmos apenas o custo de aquisição, talvez não atenda a todas as expectativas, mas ao se considerar o custo operacional e de manutenção ao longo da vida útil do equipamento, ai sem dúvida temos um preço muito competitivo”, garante ele.
Gileno Correia avalia que, atualmente, a fim de elevar a eficiência no processo de lavagem de garrafas, aliada a sustentabilidade no uso dos recursos, a lavadora precisa atender minimamente aos requisitos abaixo:
• Reduzido consumo de vapor;
• Consumo total de água: 0,180L/garrafa
processada;
• Eficiência energética;
• Aumento da vida útil das embalagens de Refpet;
• Reduzido consumo de produtos químicos;
• Nível de automação para operação e setup.
Para a Sanmartin os 70 anos de experiência na fabricação de lavadoras de garrafas e a possibilidade de produzir em três fábricas (Argentina, Brasil e México), garante uma condição especial para oferecer equipamentos com altíssima tecnologia e eficiência, com preços muito competitivos.
Entre os diferenciais destacados por Bernardo Sanmartin estão:
• Design maximiza a ação mecânica durante o processo de lavagem e minimiza o consumo de energia, químicos e água.
• Tanques com menor volume e tripla filtragem contínua e auto-limpante da solução cáustica, com área de passagem de partículas de 0,3mm, 0,5mm e 1,0mm, que aumenta a vida útil da solução cáustica.
• Extratores de rótulos de alta vazão e alta eficiência energética em todos os tanques, inclusive no tanque de enxágue, que garantem alta eficiência na extração de rótulos mesmo quando o tempo total de processo é curto.
• Sistema de aquecimento que aproveita a grande vazão dos extratores de rótulos para realizar a troca térmica de forma mais eficiente, garantindo uma temperatura da solução cáustica mais uniforme.
• Instrumentos de medição e controle de última geração que garantem a manutenção das variáveis importantes para um processo de lavagem eficiente, sem intervenção do operador.• IHM amigável com visualização do estado de todas as variáveis de processo de lavagem e consumos em tempo real.
• Design que possibilita a operação e manutenção com ergonomia e total segurança.
Para Claudio Roberto Gausmann, da Heineken, seria possível citar alguns itens como: garantias do tempo de imersão, arraste cáustico, isenção de sujidade interna, índice máximo de rótulos aderidos (#/ 1000), consumo de soda por garrafa lavada, índice máximo de garrafas caídas (#/1000) e volume de água utilizado por garrafa lavada.
Ainda segundo ele, com foco na sustentabilidade, existem melhorias a atingir, entre elas um volume menor de água nos tanques. “Garantir o tempo de imersão requerido com redução de consumo de água e energia é o desafio! Fabricantes estão desenvolvendo máquinas com eliminação de espaços mortos internos, deixando espaço somente para a passagem dos pentes com diminuição do volume dos tanques e por consequência diminuição do consumo de água e energia. Além disso, é importante conseguir maior vida útil da soda com um sistema de filtragem contínua da solução cáustica, o que garante maior vida útil da soda, já que os resíduos orgânicos e inorgânicos são retirados. Outra melhoria são filtros de soda para eliminação dos resíduos sólidos”, finaliza Gausmann.
Entre os principais fatores que determinam a escolha de uma lavadora de garrafas, sem dúvida, estão a economia de recursos como água e energia, além de eficiência da lavagem que possa ser traduzida em produtividade e excelência na qualidade do processo como um todo. Outros itens importantes a considerar também dizem respeito à segurança, ergonomia e “conforto” na operação. O investimento nesse tipo de equipamento requer análise técnica e financeira criteriosas para obtenção de resultados satisfatórios no futuro da operação. A evolução nas lavadoras de garrafas ao longo dos últimos anos foi considerável proporcionando ganhos fundamentais em questões relacionadas à sustentabilidade, flexibilidade e gestão operacional nas indústrias de bebidas.
Carlos Donizete Parra
Paulo Villas – Coach e consultor
Siga-nos nas Redes Sociais: