A produção de transformados plásticos registrou aumento
de 0,8% no último ano. Para 2019, a expectativa é de +2,5%
A expectativa de crescimento da indústria do plástico para 2018 era de 2,2% na produção física. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) – divulgados em fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a expansão do setor foi de apenas 0,8%. No período, foram produzidas aproximadamente 6,17 milhões de toneladas de produtos transformados.
Esse resultado abaixo das expectativas é explicado em parte pelo desempenho negativo registrado em setores que são grandes demandantes de plástico, como o de alimentos (-5,1%) e o de bebidas (-0,1%); bem como a realização da Copa do Mundo e das eleições, momentos que normalmente desaceleram a atividade.
“Com a paralisação logística em maio, houve uma quebra nesse ritmo já lento de recuperação, e a tendência de crescimento que havia até então se converteu em estagnação. Novembro e dezembro também foram meses muito ruins de desempenho, sendo este último um mês de retração para praticamente todas as atividades econômicas”, explicou José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST).
Para 2019, as expectativas de produção física do setor são um pouco maiores – um crescimento de 2,5% no ano. “Essa projeção ainda é conservadora, considerando que esperamos melhorias estruturais para a economia, como as que vêm sendo anunciadas pelo novo governo. O pior momento para a indústria já ficou para trás. Acreditamos que 2019 será de continuidade de uma recuperação lenta da indústria”, ressaltou Roriz Coelho. Mantendo-se o ritmo atual, a produção só voltará aos níveis pré-crise em 2023.
Déficit histórico
Historicamente deficitária na balança comercial, a indústria de produtos transformados plásticos, registrou em 2018 uma recuperação da demanda doméstica (+1,5%), em parte atendida por importações. No ano, entraram no País 747 mil toneladas de produtos, a um valor de 3,37 bilhões de dólares. Isso equivale a um aumento de 8,9% em volume e de 12,2% em valores.
Nesse mesmo período, as exportações tiveram um acréscimo de 4,3% em volume (276 mil toneladas deixaram o País) e de 1% em valores (1,22 bilhão de dólares). Sendo assim, no último ano, a balança comercial voltou a registrar um crescimento deficitário: 11,9% em volume (déficit de 471 mil toneladas) e 19,7% em valores (déficit de 2,15 bilhões de dólares). Tendência essa que se manterá em 2019.
O motivo para esse baixo desempenho está ligado à baixa competitividade nacional, segundo empresários do setor. Uma sondagem da ABIPLAST com seus associados revela que 97% não consideram os preços de resinas no mercado interno competitivos, o que faz com que os produtos importados ganhem mercado por questão de preço.
“Nosso setor tem um problema de baixa competitividade por conta do alto custo de matéria-prima, praticado acima do mercado internacional. Hoje, 14,3% da nossa demanda é suprida por importações. Não acreditamos em superávit na balança de transformados para este ano, mas, caso ações de melhoria de acesso à matéria-prima sejam efetivadas, começaremos a ver uma redução nesse déficit comercial”, afirmou Roriz Coelho. A projeção para 2019 é um acréscimo de 5% na demanda por transformados plásticos.
Geração de emprego
Dentre os setores da indústria de transformação, a de fabricação de produtos de material plástico é o 4º maior empregador e, dentre os cinco maiores empregadores, o que paga os melhores salários. No entanto, em relação à geração de novos postos de trabalho em 2018, o cenário se manteve praticamente estável: foram criadas 483 novas vagas, uma alta de 0,2%. Assim, o setor encerrou o ano com 312,9 mil trabalhadores. Para 2019, a expectativa é crescer 2,2%, com a geração de 6,8 mil novos empregos.