Cachaça no Simples Nacional

Após o aceite na Câmara dos Deputados, projeto aguarda a sanção da Presidência da República

O mercado da cachaça recebeu com otimismo a notícia de que o projeto que coloca a bebida no regime do Simples Nacional foi aprovado na Câmara dos Deputados, no último dia 4 de Outubro. Agora, só falta o parecer da Presidência da República para que o setor receba este importante incentivo, que impacta diretamente na competitividade dos produtores, além de tirar muitos alambiques da clandestinidade. Foram 380 votos favoráveis e nenhum contrário.

A entrada da cachaça no Simples Nacional reduz a carga tributária, devendo impactar consideravelmente os custos das empresas e, com isso, haverá um repasse positivo para os consumidores finais. Assim, os produtores acreditam que em meados de 2018 e 2019, o valor da bebida artesanal irá diminuir.

Os produtores e o Governo também serão diretamente beneficiados. “Além dos consumidores terem a possibilidade de melhores experiências sensoriais com a cachaça, já que poderão comprar mais rótulos, o setor poderá gerar mais empregos e realizar investimentos com a baixa na carga tributária e o país ganhará com o aumento da quantidade de produtores legalizados”, comenta o CEO da Middas Cachaça, Leandro Dias.

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Para Martin Braunholz, da Microdestilaria Hof, com a aprovação da cachaça ao Simples Nacional, os produtores, assim como ele, terão uma baixa significativa dos impostos e isso refletirá de maneira muito positiva. “Assim, poderemos aprimorar a nossa produção e alavancar as vendas. O produto ficará mais acessível”.

Para se ter uma ideia da expressividade do mercado da cachaça, o Brasil atingiu em um único ano um faturamento de quase R$ 6 bilhões, quando foram produzidos mais de 500 milhões de litros da bebida. O país já contabiliza mais de 40 mil produtores alocados, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba, sendo, 99%, do total, micro empresas.

Para o vice-presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Guiba Monteiro, a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados é resultado de anos de luta, pleiteando essa mudança. “É um avanço muito importante. Conquistamos essa votação de forma unânime. Caso o presidente dê o parecer favorável, teremos mais competitividade e muitos alambiques clandestinos poderão se regularizar”.
A grandiosidade do mercado cachaceiro não se restringe somente ao Brasil. A cachaça tem apresentado crescimento no mercado internacional, sendo o terceiro maior destilado do mundo. A bebida também ocupa posição de destaque no mercado nacional, no qual o volume corresponde a 50% no segmento de destilados. Além disso, é o segundo maior mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, atrás apenas da cerveja.

Até os produtores que não serão diretamente beneficiados avaliaram a medida como benéfica no que tange a expansão da bebida no país e em outras localidades. “A medida beneficiará as microdestilarias. Vale ressaltar que o mercado de cachaça artesanal passará a ter produtos ainda mais diferenciados e com preços competitivos para o consumidor final. De um modo geral, esta é uma medida que vem para aprimorar a fabricação e comercialização de um produto nacional, contribuindo para sua visibilidade, o que é muito bem- vindo, já que movimentará a procura da cachaça pelos consumidores”, afirma Ednilson Machado, Gestor Comercial e Marketing da Seleta.

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