Cervejaria Pratinha conta com 10 receitas principais
Ribeirão Preto, um dos polos de cervejas artesanais do interior de São Paulo, ganha mais uma opção neste segmento. A Cervejaria Pratinha, alojada em um prédio na Avenida Caramuru, chega ao mercado com 10 receitas principais divididas em três grupos: lagers, com Vienna, Octoberfest e Rauchbier; as apelidadas de série do lobo, Wild IPA, Scotch Ale e uma Porter envelhecida; e o terceiro grupo, mais diverso, com Trippel, WitBier, Weizenbock, Flanders e Saison. Destas, algumas estarão sempre presentes em linha e outras serão sazonais.
Idealizada pelo empresário José Virgílio Braghetto, o sonho da Cervejaria Pratinha nasceu da curiosidade e do interesse dele pelo assunto ainda na década de 90 quando passou uma temporada fora do Brasil, mais especificamente na Dinamarca, e foi apresentado ao mundo das cervejas especiais. “Sempre participava dos tours guiados pelas cervejarias locais, e cada vez que voltava para lá, aprendia algo novo. Com isso, comecei a observar mais de perto as diferenças e nuances entre cada uma das cervejas. Foi lá que aprendi que cerveja não é só cerveja, que existe todo um contexto cultural e histórico em sua volta, desde os processos e ingredientes até os hábitos de consumo”.
De volta ao Brasil, o empresário criou um portal para o mercado cervejeiro, onde oferecia ferramentas on-line, como softwares para calcular o amargor da cerveja, a quantidade de álcool e o extrato. Para desenvolvê-lo, porém, precisou aprender alguns conceitos e as fórmulas propriamente ditas. Diante disso, dar os primeiros passos como cervejeiro caseiro e evoluir em técnicas e equipamentos para ter em casa uma nanocervejaria foram o início de seu sonho.
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Em 2013, graças à pressão dos amigos para encontrar a cerveja dele no mercado, que ainda era caseira, o empresário começou a buscar um endereço para a Cervejaria Pratinha. O imóvel foi totalmente reformado, e os equipamentos utilizados na fabricação artesanal da bebida foram especialmente construídos para tal finalidade, sendo alguns projetados pelo próprio empresário e outros importados.
Tecnologia
Alguns equipamentos hoje utilizados na Pratinha foram inspirados em processos vistos no exterior, especialmente na República Checa, como os tanques de fermentação abertos. No Brasil, com a ajuda de alguns parceiros,o empresário viabilizou a construção da cervejaria baseada em especificações próprias e com os avanços tecnológicos que queria empregar.
A escolha pela fermentação de cervejas em tanques abertos é considerada inovadora, pois une um método antigo com a tecnologia necessária para ter controle do processo, principalmente quanto à temperatura da fermentação e à higiene. Hoje, a Pratinha consegue ter controle da temperatura de cada tanque, que pode chegar próxima a 0ºC, in loco ou a distância, por meio de um computador, tablete ou smartphone com acesso à internet. “Quando falamos em tanques abertos, as pessoas logo associam a produção de cervejas com leveduras selvagens, como as cervejas tipo lambics ou outras belgas, e acabam se surpreendendo quando eu digo que estamos produzindo lagers neste processo”, afirma.
Outro cuidado é com a escolha de ingredientes. “Preocupo-me em fazer bem feito os estilos mais clássicos, com atenção especial às lagers e, em alguns casos, resgato ingredientes que fizeram parte da história da evolução da cerveja ao longo dos séculos ou introduzo alguma variação sazonal ou regional”, conclui.