PIB é fator decisivo para felicidade global

Pesquisa avaliou os índices de felicidade global e identificou que o PIB per capita
é um fator decisivo

Pesquisa avaliou os índices de felicidade global e identificou o PIB per capita
e políticas públicas de igualdade social como decisivos para a qualidade de vida | Foto: Pexels

 

Uma análise dos índices de felicidade global, realizada por estudantes da USP, em São Carlos, revelou quais fatores mais impactaram na percepção da população sobre a felicidade ao redor do mundo. A pesquisa levou em conta dados como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, percepção de corrupção e repercussões locais da pandemia de Covid-19, presentes no World Happiness Report, no período de 2007 a 2023. Esse relatório global é emitido anualmente e analisa os níveis de felicidade em diferentes países com base em diversos indicadores, oferecendo um panorama global sobre bem-estar e qualidade de vida.

Os estudantes de graduação Amanda Joioso, Mariana Ekuni, e Paulo Henrique Turquetti, do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, efetuaram o levantamento como trabalho final da disciplina Introdução à Ciência de Dados, ministrada pela professora Roseli Romero, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). “A disciplina Introdução à Ciência de Dados é uma das matérias que compõem o Certificado em Estudos Especiais em Ciência de Dados. Por meio do trabalho final, foi possível colocar em prática técnicas de Knowledge Discovery in Databases (KDD) e aprendizado de máquina estudadas no curso, resultando em um aprofundamento de nosso aprendizado ao mesmo tempo que novos conhecimentos do mundo real foram adquiridos”, destaca Paulo Henrique. Segundo o estudante, a prática proporcionada pela disciplina tornou o aprendizado mais dinâmico e intrigante, resultando no interesse em buscar uma carreira profissional na área de dados por parte dos integrantes do grupo.

Entre os destaques do estudo está a constatação de que o apoio social (ter um amigo, apoio psicológico ou familiar com quem contar) foi determinante para a manutenção ou aumento dos índices durante a pandemia. Segundo os autores, isso é reflexo da importância das redes de apoio emocional para a sensação de bem-estar dos indivíduos. As regiões mais impactadas foram América Latina, Caribe, Oriente Médio e o Norte da África.

Comparando-se os períodos pré e pós-pandemia, foi identificado que a vivência de experiências negativas durante a Covid-19 teve um impacto menor do que esperado. Como continuidade do estudo, futuras pesquisas poderiam investigar se medidas como suporte financeiro, proteção ao emprego, investimento em saúde mental e criação de redes de apoio contribuíram significativamente para reduzir os impactos negativos nos índices de felicidade durante a pandemia.

No mapa, os tons em azul representam nações que tiveram tendência no crescimento dos índices de felicidade; os tons
em vermelho destacam países em que houve queda nos índices
Fonte: Breviglieri et al., 2024

Aprendizado de máquina para análise de dados

O estudo agrupou os indicadores do relatório internacional e aplicou técnicas matemáticas e computacionais que combinam e conectam dados para tornar as análises mais precisas e confiáveis, sendo útil para classificar ou prever diferentes cenários. Essas ferramentas ajudam a resolver problemas como prever preços, identificar categorias ou tomar decisões com base nas informações disponíveis.

Segundo Roseli, o modelo de aprendizado de máquina Random Forest indicou que a variável com maior correlação com os índices de felicidade foi o PIB per capita. “O contexto econômico de um país evidenciou esse fator chave para a percepção de felicidade. De certa forma, isso era esperado”, pontua a professora.

Outro fator de destaque é a proximidade geográfica dos países, que também apresentaram pontuação nacional de felicidade similares. Isso indica que, por serem vizinhos, os países compartilham condições culturais, políticas, econômicas ou sociais que levam à percepção de padrões semelhantes de felicidade. “A partir desse estudo, ficou evidente que a felicidade de um país é resultado da combinação de diversos fatores sociais, econômicos e culturais, e que ela não é distribuída de forma uniforme ao redor do globo”, aponta Amanda Joioso, uma das autoras do levantamento. Muitas vezes, países ou regiões menos felizes enfrentam desafios como falta de recursos básicos, baixa qualidade de vida, conflitos armados ou problemas de gestão e governança.

A aplicação de algoritmos de aprendizado de máquina permitiu o levantamento dos dados de modo macro e possibilitou uma visão geral das tendências que ajudaram a compreender os fatores mais impactantes na alegria e bem-estar humano. “Estudos específicos de um único país ou povoado podem direcionar governos e instituições a desenvolver políticas públicas mais precisas e adaptadas às necessidades específicas de seus povos, com previsões antecipadas dos resultados a partir da aplicação de modelos de inteligência artificial”, apontam os autores no levantamento.

Leia o estudo completo: https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:US:3b4677e4-cbba-498e-a313-73f75073780f
Veja o World Happiness Report 2024: https://worldhappiness.report/

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