Com medo da economia, consumidor faz menos dívida

Alta dos preços e juros pressionam renda familiar

Em fevereiro, 38,9% das famílias paulistanas informaram ter algum tipo de dívida, como revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). É o sétimo mês consecutivo em que o volume de famílias endividadas na capital paulista recua. O resultado do mês é 12 pontos porcentuais (p.p.) menor do que o registrado no ano passado (50,9%). Na comparação com janeiro deste ano (39,3%), houve retração de 0,4 p.p.

A pesquisa aponta ainda que o porcentual de endividamento das famílias que ganham até dez salários mínimos (S.M.) também diminuiu e é o menor desde 2010. No mês de fevereiro, o índice registrou 41,0%, contra 42,0% em janeiro.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o baixo nível de endividamento neste início de ano demonstra que o consumidor continua cauteloso na realização de novos financiamentos em função do desempenho econômico do País, das altas dos preços e dos juros, que pressionam a renda das famílias.

Essa insegurança também foi constatada na Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), divulgada recentemente pela FecomercioSP. Em fevereiro, a busca por novas linhas de crédito recuou 5,4% na comparação com o mesmo mês de 2014. Além disso, a maioria dos entrevistados (84,3%) disse não ter a intenção de contrair novos financiamentos nos próximos três meses.

Segundo a PEIC, um dos fatores que comprovam o cenário cauteloso, é a retração no porcentual de famílias que optaram pela utilização de cartão de crédito como forma de pagamento de suas contas. Mesmo sendo a modalidade mais escolhida entre as famílias entrevistadas, em fevereiro, o índice apontou queda, ao passar de 69,1% – registrado no mesmo período de 2014 – para 47,1%. Na comparação com janeiro (52,4%), o resultado foi 5,3 p.p. menor.

Entre os tipos de dívidas com maior participação no orçamento das famílias, de acordo com a pesquisa, estão financiamento de carro (24,2%); carnê (23,9%); financiamento de casa (13,3%); e crédito pessoal (13,1%).

Inadimplentes

Dentre os entrevistados, 10,8% informaram estar inadimplentes. O resultado é cerca de 4 p.p. menor do que o registrado em fevereiro de 2014, quando chegou a 14,4%.
Entre as famílias com contas atrasadas, 52,2% estão com as contas vencidas há mais de 90 dias; 24,5% possuem contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 21,6% estão com dívidas em atraso de até 30 dias.

A pesquisa apontou ainda que 4,5% dos entrevistados declararam não ter condições de pagar as contas, total ou parcialmente, nos próximos meses, contra 4,7% no mês passado. Em fevereiro de 2014, esse porcentual era de 3,5%.

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