País tem pior PIB dos últimos 25 anos

PIBOs resultados divulgados hoje, 3 de março, mostram que a economia brasileira recuou -3,8% em 2015, o pior resultado do país nos últimos 25 anos. O PIB brasileiro caiu 1,4 % no quarto trimestre de 2015 em relação ao trimestre anterior. É a quarta queda trimestral seguida.

O PIB per capita fechou 2015 em R$ 28.876,00, queda de 4,6 % em relação a 2014, quando já havia recuado 0,8 %.

Por setor

Entre todos os setores, só a agropecuária escapou: subiu 2,9% no trimestre e 1,8% no ano, puxada pelo aumento da produção de soja (11,9%) e milho (7,3%).

Todos os outros setores tiveram queda. A maior foi a do investimento, que recuou 4,9% em relação ao trimestre anterior, a sua sétima queda consecutiva. O resultado anual foi um tombo de 14,1%, que se soma a uma queda de 4,5% no ano anterior.

A indústria também teve um tombo importante, com recuo de 7,6% na construção e de 9,7% na indústria de transformação, que inclui eletrônicos, alimentos e carros.

Repercussão

“Como já era esperado, a retração do PIB de -3,8% em 2015 foi puxada pela queda no consumo das famílias (-4%) e, também, pelo forte tombo da formação bruta de capital fixo (-14,1%). Tudo isso capitaneado pelo impasse político-institucional, que afeta inclusive os presidentes do Legislativo e do Executivo. Espera-se que haja uma rápida solução para essa dificuldade política para que comecemos, então, a enfrentar o problema econômico”, analisou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (ACSP), Alencar Burti Burti.

Na avaliação da FecomercioSP, o mais preocupante é a falta de investimentos, que mesmo tendo se deteriorado muito em 2015, não dá sinais de que a economia já chegou no fundo do poço. Nada impede de que em 2016 a queda do PIB seja semelhante à vista no ano passado, ou até maior. Os dados do quarto trimestre mostram aceleração dos problemas e aprofundamento das quedas em todos os setores da economia. A tendência, segundo a Entidade, é de que o início de 2016 mostre números ainda piores. Outro fator que preocupa é a destruição da capacidade de produção, com queda de quase 20% nos investimentos no último trimestre.

Ainda de acordo com a Federação, o cenário econômico atual não deve ser revertido ainda neste ano e o dado do PIB já é uma prévia do que virá ao longo de 2016, principalmente por causa do aumento expressivo esperado para a taxa de desemprego. Entre tentativas e negociações, quem mais sofre são as famílias, que veem sua renda se reduzir entre impostos, inflação e desemprego. Neste ano, o desemprego pode também atingir dois dígitos, assim como a queda das vendas no varejo.

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