Workshop aponta tendências do mercado cervejeiro

Evento realizado pela Agrária torna-se referência no mercado cervejeiro
ao apontar tendências, proporcionar relacionamento e experiência sensorial
através da degustação de cervejas especiais

A Agrária Malte realiza anualmente workshop destinado especificamente aos cervejeiros. Com a evolução do mercado de cervejas especiais, o evento tem crescido ano a ano e, praticamente, dobrou de tamanho em 2018. O 9º Workshop de Cervejas Especiais foi realizado entre os dias 13 e 15 de junho na sede da empresa, no distrito de Entre Rios, região de Guarapuava, no Paraná.

Os dias frios daquela semana foram muito bem equilibrados com o caloroso atendimento proporcionado pelos colaboradores da Agraria. Cerca de 250 cervejeiros e mais de 150 cervejarias estiveram reunidos durante esses dias numa riquíssima troca de experiências e conhecimentos, além é claro de muito relacionamento.

Os participantes visitaram a Maltaria, o Museu Histórico de Entre Rios, a Cervejaria Experimental, o Laboratório Central da Agrária e a FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária).

Os dias 14 e 15 foram dedicados às palestras ministradas por especialistas da Agraria, parceiros e convidados abordando temas como o Cultivo da cevada para produção de cervejas especiais, Malte Cervejeiro, Maltes Especiais Nacionais, Análise dos Novos Produtos de Lúpulos, Tendências no Mercado de Cervejas Artesanais Americanas, entre outras.

Na palestra sobre Cultivo de Cevada para Produção de Cervejas Especiais, Noemir Antoniazzi falou sobre a origem e uso da cevada, estrutura do grão, manejo e trato da cevada, além da evolução da qualidade e produtividade da cevada. A produtividade da cevada brasileira evoluiu bastante nos últimos anos e está próxima à média mundial. O trabalho constante de pesquisa realizado pela FAPA disponibiliza variedades adequadas às condições de plantio de acordo com as necessidades dos produtores brasileiros permitindo a colheita de grãos de cevada com as características necessárias para a produção do malte cervejeiro.

Vilmar Schüssler falou sobre Malte Cervejeiro, malteação, seus objetivos e principais relações com o processo cervejeiro. Também falou sobre a importância da eficiência na utilização do malte para elaboração da cerveja. Entre os principais objetivos da malteação destacados na palestra estão: a ativação e formação enzimática; a modificação enzimática e a formação de substâncias corantes e aromatizantes (melanoidinas). A malteação é constituída pelas etapas de maceração, germinação e secagem, cada qual com suas funções específicas e fundamentais para produção de um malte de qualidade e com características específicas para cada estilo de cerveja. Os maltes produzidos pela Agrária são submetidos a uma série de avaliações qualitativas antes de serem disponibilizados ao mercado, conforme explicou Vilmar durante sua palestra. Entre elas estão a avaliação sensorial, química, físico-mecânica e a determinação do nível de pesticidas, metais pesados e micotoxinas.

No final do dia, jantar oferecido pela Agrária
com degustação de cervejas de diversas cervejarias participantes do evento

Na palestra sobre maltes especiais, Frank Nohel, mostrou o crescimento da demanda por maltes especiais no mercado brasileiro. Somente a partir de 2016 é que o mercado nacional apresentou uma demanda que viabilizasse a produção de maltes especiais. Então, já em 2017, a Agrária lançou o malte Pale Ale e, na sequência, vieram o Viena e o Munich. Para este ano já estão programados os lançamentos do malte Pilsen Extra Claro e do malte Weisse.

Fábio Teleginski falou sobre a Moagem: Rendimento do malte e resultados industriais. Entre os fatores que influenciam a moagem estão a qualidade do malte, a umidade do malte, tipos de moagem, processo de mosturação e clarificação, equipamentos (moinhos e rolos) e volume de moagem. Fábio também alertou sobre a necessidade de limpeza periódica nos moinhos, assim como a verificação da distância dos rolos (efetuar a aferição com calibrador específico) para garantir a eficiência da moagem. A variação das amostras do estudo identificou a necessidade de um controle mais específico nessa etapa do processo cervejeiro afim de se obter melhores rendimentos de malte e a eficiência na mostura e clarificação, além de garantir uma cerveja de qualidade no final do processo.


“As cervejas sem álcool
representam uma boa
oportunidade de negócio para
as cervejarias artesanais”,
Alexander Schwarz

O mercado de cervejas artesanais nos Estados Unidos com sua enorme variedade de estilos e sabores é um exemplo, sem dúvida, observado pelos empresários e cervejeiros brasileiros. Por isso, a Agrária apresentou em seu evento a palestra de Alan Taylor, mestre cervejeiro formado pelo VLB e que, atualmente, trabalha nas cervejarias Pints, Ponderosa e Zoiglhaus, em Portland (USA). Taylor relacionou cinco estilos de cervejas, atualmente, em alta nos Estados Unidos: kettle sours, fruit beers, lager alemã, lager envelhecidas em madeira, hazy IPAs/Pales e fresh hop.

A palestra de Alexander Schwarz tratou do tema a Produção de Cervejas Especiais sem Álcool. O mestre cervejeiro da Cervejaria Experimental da Agrária apresentou um breve histórico das cervejas sem álcool no Brasil e foi categórico em afirmar “essa é uma tendência do mercado de cervejas artesanais e, sem dúvida, uma grande oportunidade para as microcervejarias que necessitam de diferenciais que possam torná-las mais competitivas no mercado”. A venda de cerveja sem álcool aumentou 5% no Brasil nos últimos cinco anos e representa atualmente 7 milhões de litros. A Lei Seca, implementada no Brasil em 2008, e outros hábitos e mudanças de comportamento das pessoas como o movimento fitness, ciclismo e outras práticas de vida mais saudável devem contribuir cada vez mais com o aumento de consumo desses produtos. Schwarz descreveu as técnicas de produção disponíveis, os custos de implantação e quais caminhos seguir: a desalcolização física ou o Caminho biológico. No caso das cervejarias artesanais por questões financeiras e de volume o mais indicado parece ser o caminho biológico que suprime a geração de álcool no processo fermentativo.


 

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